45 dias em standby - democracia interna da UNITA também de folga?
26 de setembro de 2011A suspensão dos referidos membros críticos no seio da UNITA, de acordo com a comissão de jurisdição deste partido, está ligada à violação por parte destes dos princípios estatutários e dos regulamentos internos da organização que atentam contra a unidade e coesão do partido.
O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, assegurou que as suspensões são preventivas e foram decretadas por 45 dias, com base no exposto nos artigos 21º e 22º do regulamento do conselho nacional de jurisdição aprovado pela comissão política do partido, em 2004: "O partido tem espaço próprio para a abordagem de problemas internos", mas, continua Sakala, o procedimento usado pelo grupo "é contrário ao espírito do partido".
O anúncio de suspensão dos responsáveis da UNITA foi feito no decorrer da IV Reunião da Comissão Política da UNITA, na cidade do Huambo, que, entre outros assuntos, define a data da realização do seu congresso.
Críticas emudecem
Recorde-se que o grupo de reflexão, que integra ou conta com o apoio de históricos como Samuel Chiwale, Abel Chivukuvuku e Paulo Lukamba Gato, foi crítico ao Presidente do partido, Isaías Samakuva, por este não ter convocado um congresso antes do fim, no passado dia 22 de julho, do seu mandato na chefia da UNITA. O porta-voz do partido do Galo Negro fala da data prevista para o congresso e salienta que - ao contrário do que se diz - Isaías Samakuva poderá não ser o único candidato à sua própria sucessão.
Como Sakala lembra, "poderão existir outros candidatos, se assim o desejarem". Entretanto, de acordo com o porta-voz do partido do Galo Negro, esta Reunião da Comissão Política, mandatou o Presidente do partido para convocar o congresso antes de 2011.
A discussão em torno da tolerância e democracia internas no seio da UNITA continua acesa. Alcides Sakala diz claramente que as críticas lançadas contra o partido não fazem sentido e que este é um partido com muita tolerância interna: "Não há nenhuma crise, não há ausência de democracia". Pelo contrário, há "muito mais abertura", diz Alcides Sakala.
Autor: António Cascais
Edição: Marta Barroso/António Rocha