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A aposta no desenvolvimento das infraestruturas na África Austral

Romeu da Silva (Maputo)28 de junho de 2013

500 mil milhões de dólares norte-americanos: é esta a soma de que necessita a África Austral para desenvolver as infraestruturas. Pelo menos é o que mantém a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

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Linha de Sena, MoçambiqueFoto: Marta Barroso/DW

A SADC reuniu-se, na quinta-feira, 26 de junho, na capital moçambicana, Maputo para tentar convencer seus parceiros a desembolsar 500 mil milhões de dólares para financiar o desenvolvimento de infraestruturas num período de 15 anos. A SADC considera impreterível desenvolver determinados setores considerados chave para acelerar a integração económica regional. Os projetos específicos já foram aprovados por consenso pelos países membros.

O Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento mostraram-se disponíveis para financiar o desenvolvimento de algumas infraestruturas na África Austral, conforme asseguraram no encontro de Maputo.Trata-se, concretamente, de projetos no setor de energia, transportes, linhas-férreas, turismo, águas, tecnologias de comunicação e informação, assim como meteorologia.

Ambiente deve ser favorável a investimentos

Straßenbau in Ruanda, Afrika, Infrastruktur
Estradas por construir em ÁfricaFoto: Picture-Alliance/dpa

Para convencer mais investidores a participar, a SADC diz que se deve criar um ambiente favorável na região. Adolfo Ambrósio, do Ministério dos Transportes e Comunicações de Moçambique, disse à DW África: "Olhamos para os grandes investidores financeiros, nomeadamente o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento, que também participaram nos painéis de discussão, apresentaram as suas ideias e falaram das suas expetativas”. Segundo Ambrósio, a conferência conseguiu apaziguar as preocupações dos grandes organismos em termos de financiamento, mas: “Pensamos que não é de noite para dia que poderemos colher o que plantamos”.

Este responsável acrescentou que está em vias um esforço para promover o projeto de Ponta Techobanine. Avaliado em sete biliões de dólares norte-americanos, este projeto tripartido, visa a construção de uma linha férrea ligando Moçambique e o Botswana e um porto de águas profundas em Techobanine, no distrito de Matutuíne, passando pelo Zimbabué. Segundo Ambrósio: “Pensamos ser algo muito útil para a integração regional por excelência. No caso concreto de Techobanine temos uma âncora, que é o carvão de Botswana, que poderá assim ser viabilizado”. Para o responsável: “Apresentar esses projetos é uma forma dos investidores compreenderem que afinal de contas existe realmente um espaço para os negócios na logística das mercadorias dentro da região da SADC"

Kohlemine Minas Moatize
O carvão precisa de ser transportadoFoto: DW/J. Beck

Combater o défice de infraestruturas na região

O secretário executivo da SADC, Tomás Salomão, explicou que para angariar financiamento, cada país deverá identificar os projetos locais que pretende ver adotados pela próxima cimeira dos chefes de Estado, com data por definir. O presidente em exercício da SADC, também Presidente de Moçambique, Armando Geubuza disse que o plano diretor de curto prazo constitui o ponto de partida para reduzir o défice de infraestruturas na região: "É nossa expetativa que estes projetos despertem o interesse dos nossos parceiros de desenvolvimento e do setor privado e a sua vontade de fazerem a sua parte na transformação desses projetos em bens tangíveis e com impacto no processo de desenvolvimento e de integração na SADC.

Setor privado é bem-vindo

O setor privado também é chamado a abraçar projetos regionais. Rogério Manuel presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, CTA aceitou o desafio: "Iremos analisar e avaliar todos esses projetos, e os investidores que estiverem interessados no nosso país poderão discutir com as autoridades”. Moçambique tem também vários programas na área dos transportes e energia que são propostos a empresários de outros países, “que poderão investir em Moçambique como nós podemos investir em projetos noutros países da SADC”, afirma Rogério Manuel.

Hafen von Nacala
O porto de Nacala, no norte de MoçambiqueFoto: Madalena Sampaio

O Plano-Diretor para o Desenvolvimento de Infraestruturas da Região da SADC é uma visão com um horizonte temporal de 15 anos, 2012-2027, e que contempla a criação de infraestruturas em diversos domínios de elevado valor económico.

A aposta no desenvolvimento das infraestruturas na África Austral