"A Jatropha gorou as expectativas" – a planta do biodiesel africano criticada por ambientalistas moçambicanos

A jatropha mal era conhecida há bem poucos anos. Mas depois ganhou fama, pois foi apresentada por vários governos, como o de Moçambique, como uma solução para o combate contra a pobreza, uma ajuda contra os altos preços do petróleo e uma solução para as mudanças climáticas. A semente da jatropha, também conhecida como a purgeira, pode ser usada para produzir biodiesel. E a planta cresce, segundo os seus apoiantes, em terras marginais.

Presidente moçambicano em campanha pela jatropha

O próprio Presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, fez campanha para uma maior utilização da jatropha no seu país. Ele também entrou com capitais num dos projetos industriais de plantação de jatropha, o MoçamGALP, em parceria com a petrolífera GALP de Portugal.

Milhares de hectares devem ser ocupados pela purgeira

Em entrevista à Deutsche Welle, Thomas Selemane, faz um primeiro balanço da jatropha em Moçambique. Na província moçambicana de Manica, ele estudou os dois modos da produção da jatropha: o artesanal pelos pequenos produtores e o industrial por grandes empresas multinacionais. Nomeadamente analisou dois projetos industriais, o da MoçamGALP e o da Sun Biofuels. Segundo os planos, os dois vão ocupar 10.000 e respetivamente 5.000 hectares para a plantação da jatropha.

A entrevista com Thomas Selemane, das organizações não governamentais moçambicanas Amigos da Floresta e do Centro de Integridade Pública (CIP), foi gravada por Johannes Beck durante o seminário anual do Comité Coordenador Moçambique Alemanha – Koordinierungskreis Mosambik (KKM) em Bielefeld.