A trajetória política de Helmut Kohl
Kohl governou a Alemanha ao longo de 16 anos, mais do que qualquer outro chanceler federal. A reunificação das duas Alemanhas e a União Europeia são os pontos altos da carreira política de Kohl, que morreu em 2017.
O pai da reunificação alemã
Helmut Kohl governou a Alemanha ao longo de 16 anos, mais do que qualquer outro chanceler federal. A reunificação das duas Alemanhas e a União Europeia são os pontos altos da carreira política de Kohl, que morreu em 16 de junho de 2017. "Sem ele, a União Europeia de hoje não teria sido possível", disse a chanceler atual, Angela Merkel.
Nos passos de Adenauer
Kohl entrou para a União Democrata Cristã (CDU) em 1946, ainda como estudante da escola secundária com apenas 16 anos. Foi eleito deputado estadual da Renânia-Palatinado em 1959, aos 29 anos. Em 1966, tornou-se presidente estadual da CDU. A foto de 5 de janeiro de 1967 mostra Kohl e o primeiro chanceler federal da Alemanha pós-Guerra, Konrad Adenauer, na festa dos seus 91 anos, em Bonn.
Primeiro-ministro aos 39 anos
Em 1969, com a renúncia do então primeiro-ministro da Renânia-Palatinado, Peter Altmeier, Kohl foi eleito seu sucessor. Ele comandaria o estado até dezembro de 1976. Sempre manteve uma ligação forte a este estado onde também será sepultado no cemitério da catedral de Speyer, no dia 1 de julho de 2017. A foto é de 1971, ano em que a CDU obteve a maioria absoluta no parlamento regional.
Em família
A família foi muito importante para a formação da imagem pública de Kohl. Ele costumava passar suas férias de verão com a esposa e os filhos sempre no mesmo lugar, no lago Wolfgangsee, na Áustria. Esta foto é de 1974, e mostra Kohl ao lado da esposa Hannelore e dos filhos Peter (d) e Walter (e) na residência da família, em Oggersheim.
Kohl na chancelaria federal
Em 1973, Kohl se tornaria presidente nacional da CDU. Mas ele ainda não tinha atingido sua grande meta: a chancelaria federal. Foi só em 1982, quando divergências entre social-democratas e liberais levaram ao fim da coligação do então chanceler federal Helmut Schmidt, que Kohl finalmente conseguiu alcançar seu objetivo. Na foto, de 1º de outubro de 1982, Schmidt parabeniza o sucessor.
Chanceler federal por 16 anos
Kohl foi três vezes reeleito para a chancelaria federal, ocupando o cargo ao longo de 16 anos, de 1982 a 1998. Ele permaneceu na presidência da CDU, para a qual havia sido eleito em 1973, até 1998. A partir de 2000, passou a ser o presidente de honra do partido. A foto é de 11 de setembro de 1989, quando Kohl foi reeleito para a presidência da CDU.
Gesto de reconciliação
Esta foto, que mostra Kohl ao lado do Presidente da França, François Mitterrand, correu o mundo. Ela foi tirada em 22 de setembro de 1984, durante um evento para celebrar a reconciliação franco-alemã, perto do cemitério de Verdun, onde estão enterrados soldados que morreram na Primeira Guerra Mundial. De mãos dadas, os dois líderes criaram uma forte imagem de unidade e reconciliação europeia.
Queda do Muro
Kohl foi literalmente surpreendido pela queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. Ele estava em viagem pela Polónia quando os cidadãos da Alemanha Oriental invadiram a fronteira interna alemã, com a anuência dos guardas do lado oriental. Kohl interrompeu imediatamente sua visita à Polónia. Na foto, de 10 de novembro de 1989, ele é cercado por berlinenses na avenida Kurfürstendamm.
Negociações com a União Soviética
Na foto Kohl (d) aparece junto com Mikhail Gorbatchov (centro), e o ministro alemão do Exterior, Hans-Dietrich Genscher (e), durante uma visita ao Cáucaso, em 15 de julho de 1990, para discutir a reunificação alemã. Durante uma caminhada com Gorbatchov, Kohl obtivera do então chefe do Kremlin a aprovação da reunificação do país e da retirada das tropas soviéticas da Alemanha Oriental.
Acordo entre as Alemanhas
Na presença do chanceler da Alemanha Oriental, Lothar de Maizière (esq. atrás) e do chanceler federal Helmut Kohl (centro atrás), os ministros das Finanças da Alemanha Ocidental e Oriental, Theo Waigel (dir.) e Walter Romberg (esq.), assinam, em 18 de maio de 1990, o acordo da união monetária das duas Alemanhas. O acordo abriria o caminho para a reunificação das duas Alemanhas (RFA e RDA).
Chanceler da reunificação
A reunificação alemã, em 3 de outubro de 1990, foi o ponto alto da carreira de Helmut Kohl. Ele entraria para a história como o "chanceler da reunificação". Na foto, tirada em frente do edifício do Parlamento alemão em Berlim, Kohl aparece ao lado da esposa Hannelore, do ministro do Exterior Hans-Dietrich Genscher (e) e do Presidente Richard von Weizsäcker (d).
"Paisagens florescentes"
No início dos anos 1990, Kohl é festejado pelos alemães-orientais como promotor da Reunificação. É dessa época a famosa expressão "paisagens florescentes", que ele usou para se referir ao futuro imediato da antiga Alemanha Oriental, a República Democrática Alemã (RDA). A foto mostra o então chanceler cercado por admiradores em Leipzig, durante uma campanha eleitoral, em 14 de março de 1990.
Mentor de Angela Merkel
Sem Kohl, o sucesso da atual chanceler federal alemã, Angela Merkel, é praticamente inconcebível. Foi ele que apoiou a política oriunda da Alemanha Oriental no início da sua carreira nacional, escolhendo-a para ser ministra da Família e, mais tarde, do Meio Ambiente. A foto é de 16 de dezembro de 1991, quando Merkel era ministra da Família. Mais tarde, Merkel viria a ser a primeira chanceler.
A derrota de 1998: Fim de uma era
Em setembro de 1998, a CDU e Kohl perderam as eleições parlamentares. Venceu o SPD e o seu candidato Gerhard Schröder, que governou pela primeira vez na história alemã com uma coligação entre social-democratas e verdes. A foto mostra uma cerimónia de despedida para Kohl, em Berlim, com honras militares.
Escândalo de caixa dois
Em 1999, a imagem de Kohl é duramente atingida por um escândalo de doações ilegais para campanhas eleitorais da CDU ao longo dos anos 1990. O partido vira as costas para Kohl, e a primeira a fazê-lo é Merkel, sua protegida. Na foto, de dezembro de 1999, Kohl deixa mais cedo uma entrevista coletiva sobre o caso. Ao fundo, o presidente da CDU, Wolfgang Schäuble, e a secretária-geral Angela Merkel.
Relação rompida
Kohl acabou admitindo que sabia das doações, mas se recusou a dar o nome dos doadores, anônimos até hoje. O processo contra Kohl foi arquivado em troca de uma multa milionária, e ele se afastou da política. Merkel tentou várias vezes se reconciliar com seu antigo mentor, que rejeitou todas as tentativas de aproximação. A foto mostra os dois na festa de 75 anos de Kohl, em Berlim, em 2005.
Segundo casamento e isolamento social
Em 2001 a primeira mulher de Kohl, Hannelore Kohl, cometeu suicídio. Sete anos mais tarde, Kohl casou-se pela segunda vez com Maike Richter (e). Os últimos anos da vida foram marcados por um isolamento social. Após uma queda em 2007, teve dificuldades a falar. Cortou as relações com os seus filhos. Poucas pessoas tiveram acessos a sua casa em Oggersheim, onde morreu em 16 de junho de 2017.