A África lusófona em Moscovo
Dependendo de onde se procura, há sítios em Moscovo onde não é difícil conhecer pessoas da África lusófona. A DW África percorreu praças, bares, linhas de metro e autocarro onde a Rússia tem um sotaque diferente.
Russo com sotaque português
É no bairro de Kon’kovo, no sul de Moscovo, que há a maior concentração de moradores africanos em toda a Rússia. Isto deve-se não só aos estudantes que aqui residem, mas também aos africanos que decidem instalar-se no bairro de vez.
O metro como ponto de encontro
A estação de metro de Belyaevo, também no sul de Moscovo, é o principal acesso ao bairro de Kon'kovo. Por isso é um lugar de encontro garantido com lusófonos e outros africanos.
No autocarro
A universidade não tem estação de metro à porta. A alternativa é apanhar o autocarro onde os encontros são frequentes e começam muitas amizades.
A união faz a força
O estudante de Relações Públicas da Guiné-Bissau, Tony Lopes, vive em Moscovo há dois anos: “Há muitos francófonos. Então resolvemos unir-nos também formando a União Lusófona na Rússia. Os alunos estão em férias nesta época do ano, mas queremos nos unir ainda mais”.
A União da Lusofonia na Rússia
A União da Lusofonia na Rússia (ULR) foi criada na Universidade Russa da Amizade dos Povos, fundada em 1960. Ainda em fase inicial, a ULR depende de autorizações para usar as salas de aula. A ideia é promover reuniões e atividades recreativas.
Conversa de café
Muitos africanos lusófonos encontram-se no Café Mirage ou no Bar Avenue para ver as partidas do Campeonato Mundial de Futebol na Rússia, como este grupo de amigos. Mas quando não há futebol, é possível ouvir músicas aqui de Cesária Évora e outros cantores lusófonos.
Herói universal
O monumento ao político congolês Patrice Émery Lumumba recorda o antigo nome da Universidade, a primeira a convidar alunos de todo o mundo, trazendo diversidade a Moscovo. Mas apesar de visões em comum durante o socialismo russo, não há monumentos a Angola, segundo informações da embaixada angolana em Moscovo.
Praça Amilkara Kabrala
Uma praça circular gigante, com cinco vias em cada mão, recebeu o nome do combatente pela independência e poeta guineense Amílcar Cabral em russo. A praça fica em Vikhino, no leste de Moscovo. Na relva vê-se o escudo desta região da Rússia.
Homenagem
Todos os anos, no dia 24 de Setembro, guineenses e cabo-verdianos residentes em Moscovo depositam flores na Praça Amílcar Cabral para assinalar a independência da Guiné-Bissau proclamada nessa data em 1973. Uma pedra basilar num dos prédios descreve a vida do revolucionário e intelectual.
Rumo à lusofonia
Também esta paragem do autocarro em Vikhino, no leste da capital russa, tem o nome de Amílcar Cabral. Vikhino fica a cerca de uma hora e meia de metro do centro de Moscovo.
A capital do maior país do mundo em termos de área tem cantos onde a Rússia se mistura com a África. A maior parte destes locais situa-se em torno da Universidade Russa da Amizade dos Povos.