Abate ilegal de rinocerontes atinge recordes na África do Sul
3 de novembro de 2011Em 2011 já foram abatidos 341 rinocerontes por caçadores furtivos na África do Sul, um número recorde em relação ao ano passado, que acabou com 333 animais mortos, denuncia a organização ambientalista WWF. Há seis anos, em 2005, eram abatidos em média 36 rinocerontes por ano.
Se o abate prosseguir a este ritmo a espécie poderá extinguir-se na África do Sul, como sucedeu com o rinoceronte de Java no Vietname.
Também os rinocerontes em Moçambique correm perigo disso, afirma o coordenador da WWF na Bacia do Rio Rovuma, Roberto Zolho. "O rinoceronte em Moçambique já é uma espécie rara, embora existam alguns núcleos na Reserva do Niassa e no Parque Nacional do Limpopo".
Outros que ainda sobrevivem estão no Parque Nacional Kruger , situado entre a capital de Moçambique, Maputo e a velha cidade mineira da província de Mpumalanga, no noroeste da África do Sul.
Cortar os chifres para evitar o abate
Existem na área cerca de 1900 rinocerontes brancos e mais de 200 rinocerontes pretos e ver estes animais com chifres cortados tornou-se comum. A medida extrema foi uma decisão dos veterinários do Parque para tentar salvar a espécie da caça furtiva.
Em Moçambique além dos rinocerontes também os elefantes correm perigo. "Tem havido um aumento significativo da caça ilegal. Por exemplo só no Parque Nacional das Quirimbas este ano 26 elefantes foram abatidos", sublinha Zolho.
Um negócio lucrativo
A procura por produtos de medicina tradicional com chifre de rinoceronte continua a aumentar na Ásia. Apesar de existir uma moratória ao comércio do chifre de rinoceronte, este continua a ser traficado ilegalmente da África para a Ásia, denuncia a WWF. Já os elefantes se abatem por causa do marfim. Ambos os negócios são altamente lucrativos.
Segundo a WWF a maioria dos caçadores furtivos em Moçambique é nacional e assiste-se a um aumento do uso de armamento de guerra para abater os animais. Só um maior estreitamento da cooperação já existente entre Moçambique e a África do Sul poderá pôr fim ao abate e ao comércio ilegal de chifres e marfim.
Autor: Tatiani de Souza /Helena de Gouveia
Edição: António Rocha