Acordos de Bicesse: UNITA defende "diálogo permanente"
31 de maio de 2023A União para a Independência Total de Angola (UNITA) defendeu um "diálogo permanente com vista o alcance das melhores soluções para os desafios comuns" do país, no dia que se assinala o 32º aniversário dos Acordos de Bicesse.
"O secretariado executivo do comité permanente da Comissão Política da UNITA apela a todos os grupos de interesses nacionais ao diálogo permanente com vista o alcance das melhores soluções para os nossos desafios comum", lê-se num comunicado divulgado no dia em que se assinalam os 32 anos da assinatura dos acordos de Bicesse.
"Estes acordos visavam pôr fim ao conflito político-militar resultante da violação do Acordo do Alvor, em 1975 pelo MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder] que, unilateralmente e com a cumplicidade de Cuba e URSS, proclamou a independência em Luanda, no dia 11 de novembro", afirma-se no documento.
O maior partido da oposição angola acrescenta que, "no fundo, os Acordos de Bicesse visavam também a reposição do espírito do Alvor que preconizava a realização de eleições em outubro de 1975, isto é, o lançamento do sistema democrático dentro do qual Angola nasceria como estado independente a 11 de novembro de 1975".
A viragem do sistema
A data de hoje "tem, deste modo, um significado histórico singular porquanto os Acordos de Bicesse representaram o início da viragem do sistema monopartidário para o sistema multipartidário como premissa fundamental para a construção do Estado democrático de Direito e economia de mercado", acrescenta-se no texto.
"O secretariado executivo do comité permanente da comissão política da UNITA em nome dos membros, simpatizantes e amigos do partido, rende a sua mais singela homenagem a todos os heróis, conhecidos e anónimos, que deram as sua vidas pela democracia e pela paz. Desta feita constitui dever Sagrado, das atuais e futuras gerações, a sua consolidação e aprofundamento", conclui-se no documento.
Os Acordos de Pazpara Angola — Acordos de Bicesse, com os quais se pretendia pôr fim à guerra civil, foram assinados em 1991 no Estoril, entre o então presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e o presidente da UNITA, Jonas Savimbi, e mediados pelo governo português, representado por Durão Barroso, na altura secretário de Estado dos Assuntos Externos e Cooperação.