Costa Júnior formaliza candidatura à presidência da UNITA
10 de novembro de 2021Adalberto Costa Júnior formalizou esta quarta-feira (10.11), às 12h00, horário de Angola, a sua candidatura à presidência da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
O ex-líder, destituído em outubro na sequência da anulação do XIII congresso do partido pelo Tribunal Constitucional, fez-se acompanhar pela sua mandatária, Navito Ngolo e pelo diretor da campanha eleitoral, Liberty Chiyaka, assim como o seu porta-voz, Adriano Sapingala, na oficialização da candidatura, no complexo do Sovismo, em Luanda.
Presentes estavam ainda centenas de apoiantes e figuras históricas do partido do Galo Negro, como o cofundador general Samuel Chiwale, o antigo vice-presidente de Isaías Samakuva, Ernesto Mulato, o general Isaías Chitombe, Eugénio Manivakola, o antigo secretário geral Abílio Kamalata Numa, entre outros.
No seu primeiro discurso perante jornalistas e centenas de apoiantes presentes no complexo, Costa Júnior prometeu não decepcionar aqueles que acreditam em si, evocando o nome de Deus na missão de servir o país.
"A todos os que hoje olham para UNITA como instrumento de realização do país, não vos deixaremos ficar mal. Que Deus nos abençoe neste caminho de servir Angola", afirmou.
"Partido tem maturidade"
Seguro de que voltará a merecer a confiança dos militantes e delegados ao XIII Congresso, Costa Júnior reconheceu que, neste momento, o partido vive um momento particular, com a existência de várias correntes de opinião.
Questionado sobre o expediente de um grupo de militantes e membros da Comissão Política que requereu a anulação da reunião que convocou o conclave para dezembro, o político respondeu que são que poucos os partidos que teriam coragem de demonstrar que não há consensos em tudo.
"O partido tem maturidade para acompanhar todas estás situações", disse.
No entanto, no lançamento da candidatura de Adalberto Costa Júnior notou-se a ausência de algumas figuras de peso e consideradas seus opositores internos como José Pedro Katchiungo e Alcides Sakala, assim como aqueles que foram responsáveis pelas suas candidaturas no conclave anulado pelo Tribunal Constitucional. Também estiveram ausentes os militantes que pediram a impugnação da reunião que convocou o Congresso de dezembro deste ano.
No exterior do recinto onde decorreu o evento, a DW ouviu os militantes de base.: "Seja qual for o candidato que tentar concorrer não terá hipóteses", disse um apoiante. Outro acrescentou: "Não tenho muita coisa a dizer, a não ser que queremos ACJ no poder em 2022".
"Pelos anos que Adalberto Costa Júnior ficou na liderança do poder, nós conseguimos notar uma grande aceitação do partido a nivel nacional e internacional", afirmou outro militante.