Biden em Berlim com Ucrânia e Médio Oriente na agenda
18 de outubro de 2024Joe Biden está na Europa pela última vez antes de deixar o cargo. Num itinerário reduzido em Berlim, o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) deve encontrar-se com os principais aliados europeus para conversações sobre a Ucrânia e o Médio Oriente.
Biden, que chegou a Berlim quinta-feira (17.10) à noite, foi já recebido pelo Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, no Palácio Bellevue, nesta sexta-feira de manhã. Ao Presidente norte-americano é atribuído a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, a mais alta condecoração alemã reservada aos chefes de Estado.
Ao aceitar a Ordem de Mérito e ao agradecer ao Presidente Steinmeier, Biden falou da sua relação pessoal com a Alemanha. Recordou que, aquando da sua primeira visita, enquanto jovem senador, a Berlim, a Alemanha e a Europa estavam divididas.
Contou como ficou a conhecer o Chanceler Helmut Schmidt - o seu primeiro Chanceler alemão, mas não o último. E elogiou os cidadãos de Leipzig e de Berlim Leste que se manifestaram a favor da democracia em 1989 e que provocaram a queda do Muro de Berlim, a que chamou "um dos maiores avanços na dignidade humana durante a minha vida".
"Alguns temiam que a reunificação da Alemanha reavivasse velhas rivalidades", afirmou Joe Biden. "Mas" – acrescentou – "a conquista de uma Alemanha inteira e livre continua viva, ultrapassando as expetativas de todos".
Biden afirmou que "a realização de uma Europa, inteira e livre, é a realização do nosso tempo. E nunca foi tão importante como agora".
O Chanceler alemão Olaf Scholz reafirmou o empenho da Alemanha com a NATO e o apoio à Ucrânia, numa aparição conjunta. Scholz elogiou Biden por ter reunido os aliados e ter dado um apoio nas semanas imediatamente após o lançamento da invasão em grande escala da Ucrânia em 2022.
"A sua liderança deve agradecer o facto de o plano de Putin ter falhado, de a Ucrânia não ter sido invadida em apenas alguns dias e, em vez disso, através da bravura dos seus soldados e do apoio de muitos países (...), resistiu", disse Scholz, reafirmando que a Alemanha "estará ao lado da Ucrânia durante o tempo que for necessário".
"Juntos, estamos empenhados numa NATO forte que defenda cada centímetro quadrado do território da aliança", afirmou Scholz.
Conversações a quatro
A viagem de Joe Biden ocorre num momento potencialmente crucial na guerra na Ucrânia - em grande parte devido às eleições nos EUA a 5 de novembro - e imediatamente após a notícia da morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, em Gaza.
Nesta visita, Biden encontra-se igualmente com o Chanceler Olaf Scholz, bem como com o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, para conversações a quatro sobre questões como a Ucrânia e o Médio Oriente.
O diplomata norte-americano Michael Carpenter, diretor sénior para a Europa no Conselho de Segurança Nacional na administração Biden, disse à DW que a viagem à Alemanha tinha sido importante para o presidente dos EUA - mesmo que mais curta do que o previsto.
"Este é um momento importante para o Presidente Biden se encontrar com o Presidente Steinmeier e o Chanceler Scholz e agradecer à Alemanha por todas as contribuições que tem dado ao lado dos Estados Unidos - para a Ucrânia e para a segurança europeia”.