Alemanha fecha fronteiras aos viajantes de Moçambique
27 de novembro de 2021O avanço da nova variante da Covid-19 surgida na África do Sul colocou o Governo moçambicano em alerta. O ministro da Saúde Armindo Tiago sublinhou que o país vai acelerar a vacinação e "melhorar e aperfeiçoar o controlo ao nível das fronteiras", com testes obrigatórios para quem não os apresentar, mesmo que não haja o aumento de casos da doença no país.
Em Nampula, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu responsabilidade aos cidadãos para que a nova variante não prejudique a economia do país.
"Alguns países da nossa região ja estão a ser vedados na entrada em alguns países na Europa e não queremos chegar a esse extremo porque a nossa economia está a levantar", afirmou o chefe de Estado. Na última semana, Moçambique registou 35 casos de Covid-19 e quatro mortes.
As medidas de controlo em Moçambique serão necessárias para conter a variante denominada Omicron, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "preocupante", uma vez que tem "um grande número de mutações". Dados preliminares sugerem "um risco acrescido de reinfeção" com esta estirpe, por comparação com outras variantes. Segundo a OMS, esta estirpe já "migrou" para Bélgica, Israel, Hong Kong e Botsuana.
Alemanha fecha fronteiras para quem chega de Moçambique
Vários países, incluindo Alemanha, Israel, Austrália, Estados Unidos, Singapura e Emirados Árabes Unidos, passaram a impedir ou restringiram a entrada de viajantes da África Austral, incluindo de Moçambique, devido ao aparecimento da nova variante. Os viajantes que já chegaram foram submetidos a uma quarentena.
Os países da União Europeia (UE) decidiram suspender temporariamente voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique.
A partir das 0 horas de domingo, quem vem de Moçambique, África do Sul e de mais seis países da SADC (Botsuana, Eswatini, Lesoto, Malawi, Namíbia e Zimbabué), já não pode entrar na Alemanha, segundo a lista oficial do Instituto Nacional de Saúde da Alemanha (RKI).
Viajantes que chegam destes destinos apenas podem entrar na Alemanha tendo a nacionalidade alemã ou residência permanente na Alemanha. Estas pessoas têm que cumprir 14 dias de quarentena, mesmo com certificado de vacinação completa. Angola ainda não consta na lista.
Desde a meia-noite deste sábado (27.11). viajantes oriundos de Moçambique, África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbabué ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental, "no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde", determinou o Governo português.
A obrigatoriedade de quarentena de 14 dias é extensível "aos cidadãos que entrem em território nacional que tenham saído de algum daqueles sete países nos 14 dias anteriores à sua chegada a Portugal". A partir da meia-noite de segunda-feira (29.11), todos os voos entre Moçambique e Portugal serão suspensos.
Variante perigosa
O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla original) alertou que a nova variante suscita "sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfeções".
Com base na informação genética atualmente disponível, o ECDC diz que a nova variante detetada na África Austral é a mais divergente (em relação ao vírus original) detetada até hoje.
Um primeiro caso suspeito da nova variante Omicron foi detetado na Alemanha numa pessoa recentemente regressada da África do Sul, anunciaram hoje as autoridades regionais no estado de Hesse (oeste). Num voo que chegou da África do Sul em Amsterdão, na Holanda, 60 passageiros testaram positivo para a Covid-19. As amostras estão a ser analisadas para identificar uma possível variante.
Angola "não precisa se preocupar"
Em visita oficial a Angola para participar da 2a. Bienal de Luanda, o Presidente português rejeitou que a disseminação da mais recente variante do coronavírus seja um fator de preocupação em Angola.
"Em Angola, houve sempre uma política muito cuidadosa quanto a entradas e saídas do território e quanto a testagem", afirmou.
O chefe de Estado português vai entregar este sábado 200.000 vacinas a Angola. E avançou que por meio do COVAX, programa da OMS para distribuição de vacinas, "virão mais 1.300.000" de doses.