Alemanha oferece ajuda para reconstrução da Líbia
22 de agosto de 2011O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, classificou de histórico o momento atual, em que os rebeldes tomam de assalto a capital Tripoli, apesar dos confrontos que ainda persistem por causa da resistência de forças leais ao presidente líbio Mouammar Kadhafi.
Guido Westerwelle sugere o seguinte fim para o presidente Líbio: "Os tempos do ditador passaram. Ele deveria partir por conta própria para evitar mais derramamento de sangue. Kadhafi também terá de ser responsabilizado judicialmente – assim como prevê o direito internacional”.
Na opinião do ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, os líbios lutaram com sucesso pela liberdade. Agora, falta só realizar uma transição pacífica e ordenada para a democracia. Guido Westerwelle mostrou-se satisfeito com a atitude do Conselho Nacional de Transição, CNT: "Acho louvável o fato de CNT ter pedido para que não haja atos de vingança. Em vez disso, pediram uma transição pacífica em direção a condições democráticas”.
Westerwelle satisfeito, mas não menciona ações da NATO
Segundo o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, a luta da rebelião contra Kadhafi, assim como as sanções internacionais, isolaram o líder líbio. A intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte, NATO, não foi mencionada por Westerwelle neste contexto.
Lembramos que a Alemanha se absteve da votação da resolução das Nações Unidas que autorizou a intervenção militar internacional na Líbia. Não tendo participado dos ataques aéreos da NATO, a Alemanha recebeu várias críticas dos parceiros na Aliança Atlântica.
Mas Guido Westerwelle afirma que a decisão foi correta, e justifica: "apostamos em soluções políticas, especialmente numa política direcionada de sanções. E é evidente que funcionou, bloqueando os caminhos de fornecimento – especialmente a Kadhafi”.
Ajuda alemã com dinheiro dos Líbios
O governo alemão mantém contato estreito com o Conselho Nacional de Transição, órgão político da rebelião. Já na semana passada, Westerwelle aprovou um crédito de 100 milhões de euros ao CNT. A ajuda está coberta pelo dinheiro congelado da Líbia aqui na Alemanha. Os 100 milhões de euros deverão ser direcionados para ajuda humanitária e a reconstrução na Líbia.
De acordo com o ministro, a Alemanha vai ajudar na reconstrução económica da Líbia, e noutras áreas como por exemplo na Justiça, instituições políticas, imprensa e processos de eleições.
Porém, a Alemanha ainda não quer falar sobre um engajamento da Bundeswehr, o exército alemão, na Líbia. Ainda não se sabe como evoluirá a situação da segurança no país, e não está claro se haverá pedidos neste sentido para a Alemanha, segundo Stefan Paris.
O porta-voz do Mnistério da Defesa da Alemanha diz que o seu ministério vai avaliar caso haja um pedido neste sentido. Mas Atefan Paris prefere não se precipitar: "não seria adequado dizer já: podemos fazer isso, não podemos fazer aquilo, talvez possamos fazer outra coisa”.
Autor: Nina Werkhäuser / Renate Krieger
Edição: Nádia Issufo /António Rocha