Alemães desenvolvem projeto de informática para jovens de Maputo
25 de abril de 2012A iniciativa passou também pela criação na capital moçambicana, Maputo, de um laboratório de computação, “para que os estudantes que agora começam a ser formados na área da tecnologia da informação tenham a possibilidade de aprender e trabalhar com novas técnicas”, como explicou recentemente, em Berlim, Roswitha Janecke, diretora de Formação da Strato AG, aquando da apresentação do projeto no Oitavo Encontro de Amigos de Moçambique.
Em setembro do ano passado, os jovens aprendizes alemães viajaram até Maputo para montar o laboratório. Ao todo, foram disponibilizados 25 computadores para uso dos alunos.
Aprendizes alemães em Maputo
Como para além de doar equipamentos, a empresa alemã também oferece formação em tecnologia, o trabalho dos aprendizes foi acompanhado por estudantes moçambicanos. “Os nossos quatro aprendizes tiveram como parceiros quatro estudantes moçambicanos que durante 14 dias puderam ajudar e aprender”, conta Roswitha Janecke. Foram ainda feitos testes e transmitido ”muito conhecimento prático”, acrescenta.
Um dos aprendizes alemães, David Thoben, de 22 anos, diz que a experiência profissional foi importante, mas o que realmente o impressionou foi o contato com o povo moçambicano, que define como “maravilhoso”, “alegre” e “vivo” e que sabe aproveitar a vida. “Têm um humor que até hoje invejo”, confessa.
Formação alargada a professores
Os próximos a receber formação serão os professores do Instituto Industrial de Maputo. De acordo com René Wienholtz, diretor para Tecnologia da Informação da Strato AG, o nível de conhecimento dos docentes ainda é baixo e necessita de reforço.
Wienholtz acredita que o projeto pode contribuir para trazer empregos e desenvolvimento para Moçambique no futuro. Tendo profissionais capacitados em tecnologia da informação, o país pode tornar-se mais atrativo para investimentos estrangeiros.
O responsável lembra os casos da China, da Índia e de outros países em desenvolvimento que se tornaram emergentes. “Atualmente o que acontece é que lá estão empenhados, por exemplo, em serviços que podem ser desenvolvidos à distância”, diz. No caso de África, “é importante ter a ver com a Internet e ter profisionais especializados, pois acredito que será um mercado no futuro, especialmente para projetos desenvolvidos no exterior”, defende.
Autora: Cristiane Vieira (Berlim)
Edição: Madalena Sampaio/Renate Krieger