Merkel preocupada com estabilidade nos países do Sahel
3 de maio de 2019De passagem pelo Burkina Faso, Mali e Níger, onde anunciou ajudas de cerca de 50 milhões de euros, a chanceler alemã constatou como o terrorismo tem estado a desestabilizar as democracias locais e sublinhou a urgência do apoio internacional aos países do chamado G5 Sahel. Angela Merkel deixou claro que os países da região do Sahel não estão sozinhos e que o combate ao terrorismo é também uma responsabilidade da Europa.
"Nós, na Europa, precisamos de ser mais reativos, precisamos de agir mais depressa. Algumas atividades já foram postas em marcha, mas outras ainda não, razão pela qual me empenharei em fazer com as medidas sejam rapidamente implementadas, porque os desafios são imensos", garantiu.
Nesta mesma visita, Angela Merkel reuniu com os Presidentes dos países que compõem o G5 Sahel (Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade). Um encontro no qual os Presidentes africanos apelaram à União Europeia para que adote uma posição unida sobre a Líbia.
"A Líbia é a causa da desestabilização dos países do Sahel", disse o Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou.
Reforço policial
Esta sexta-feira (03.05), em Niamey, capital do Níger, Angela Merkel reuniu com os integrantes da missão civil da União Europeia no país – a EUCAP – que conta, atualmente, com 120 membros europeus, entre os quais oito alemães. Entre os temas abordados estiveram, para além do terrorismo, o crime organizado e o tráfico de droga no país. No final do encontro, a chanceler alemã afirmou que "é necessário que [a EUCAP] disponha de uma força policial bem treinada para lutar contra a migração ilegal e contra o tráfico de drogas e armas, porque os contrabandistas e traficantes também estão tecnicamente muito bem equipados".
Para Angela Merkel, o combate, quer ao terrorismo, quer ao tráfico de droga, terá de vir aliado à criação de empregos para a população. A chanceler alemã prometeu, por isso, um financiamento adicional para as áreas da segurança, saúde e desenvolvimento.
A agricultura, o turismo e o artesanato, acrescentou o Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, são algumas das áreas onde estão a ser lançados novos projetos, alguns financiados pela Alemanha. No entanto, disse o chefe de Estado do Níger, é necessário mais investimento privado no país.
País de trânsito
Outro dos grandes desafios do Níger é como se sabe a imigração ilegal, sendo este um dos principais países de trânsito para os africanos que tentam chegar à Europa. No entanto, frisa Mahamadou Issoufou, têm sido feitos progressos. "O fluxo de migrantes que atravessam o Níger diminuiu para cerca de 5.000 a 10.000 por ano”, ou seja, foi "reduzido para quase um décimo”, frisou.
Antes de viajar para o Níger, Angela Merkel esteve no Mali onde visitou, na quinta-feira (02.05.), os cerca de 850 soldados alemães aqui destacados. Merkel agradeceu a sua ajuda na estabilização desta nação, frisando que esta "é atualmente a missão mais perigosa das Forças Armadas alemãs".