Angola ajuda Guiné-Bissau na reforma do setor da Defesa
22 de março de 2011O governo de Angola apresentou a sua perspetiva para a reforma do setor de defesa e segurança da Guiné-Bissau para a qual Luanda já disponibilizou 30 milhões de dólares, sendo que 23 milhões se destinam ao setor militar e sete vão para a Polícia. Entretanto, mais de uma centena de militares angolanos já se encontra em Bissau, no antigo Bissau Palace Hotel, comprado pelo governo angolano para funcionar como base dos seus efetivos.
Segundo Cândido Narciso, Ministro da Defesa de Angola, a missão, constituída por 120 elementos, entre militares e polícias, tem o propósito de, juntamente com as autoridades guineenses, prestar assistência nos domínios da defesa e servirá para organizar as Forças Armadas do país, enquanto esse for o desejo das autoridades guineenses.
O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, António Indjai, sublinhou ainda que está satisfeito com a presença dos angolanos na Guiné-Bissau: "Estamos a assistir com agrado à chegada da missão angolana ao país a fim de nos apoiar nas reformas."
Cooperação, mas com respeito
O Ministro da Defesa guineense, Aristides Ocante da Silva, disse também que irá existir uma colaboração entre o seu ministério e a missão de assistência técnica militar de Angola na Guiné-Bissau. Apesar desta estreita colaboração, Aristides Silva deixou claro que está fora de questão a possível intervenção dessa missão em caso de sobressalto militar: "somos países irmãos, mas países soberanos. Mantemos as nossas naturezas políticas, as nossas naturezas enquanto Estados."
O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, afirmou que as autoridades do país estão determinadas em levar avante as reformas no setor de defesa e segurança e que, para isso, contam com a ajuda de Angola.
Paralelamente à missão militar, a Ministra da Comunicação Social e o Ministro da Saúde de Angola terão encontros de trabalho com os seus homólogos guineenses com o objetivo de colocarem em marcha uma série de projetos que vão contar com os apoios técnicos e financeiros do governo angolano.
Autor: Braima Darame/Nádia Issufo
Revisão: Marta Barroso