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ConflitosRepública Democrática do Congo

Angola anuncia acordo de cessar-fogo no leste da RDC

Lusa
4 de março de 2023

A mediação angolana do conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC) resultou num acordo de cessar-fogo naquela região a partir da próxima terça-feira, avançou a Presidência de Angola.

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Foto: GLODY MURHABAZI/AFP via Getty Images

Em nota publicada esta sexta-feira (03.03) na página da Presidência angolana na rede social Facebook, salienta-se que a fiscalização do cumprimento da cessação das hostilidades será assegurada pelo Mecanismo 'Ad Hoc' de Verificação.

"A República de Angola apela as partes a cumprirem com a letra e o espírito das decisões das várias cimeiras sobre o processo de paz e segurança na região leste da RDCongo", destaca-se no comunicado.

Segundo a nota, anuncia-se que "em conformidade com a decisão tomada pela Míni Cimeira sobre a paz e segurança na região dos Grandes Lagos, realizada em Addis Abeba, Etiópia, a 17 de fevereiro de 2023, os chefes de Estado e de Governo mandataram" Angola, em coordenação com o ex-Presidente do Quénia, Uhuru Kennyatta, Facilitador designado pela Comissão da África Oriental "a manter contacto com a liderança do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), "no sentido de transmitirem as decisões saídas da Mini Cimeira de Addis Abeba".

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Contacto com o M23

Nesse sentido, uma delegação angolana "tem mantido contacto com a liderança do M23 desde o dia 28 de fevereiro", continua a nota, que refere que o Presidente de Angola, João Lourenço, enviou hoje a Kinshasa uma delegação chefiada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar d Presidência, Francisco Furtado.

A delegação angolana deu conhecimento ao Presidente da RDC, Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo, "dos resultados dos contactos mantidos com a liderança do M23".

O M23 foi criado em 2012, quando soldados da RDC se revoltaram pela perda do poder do seu líder, Bosco Ntaganda, processado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e por supostos incumprimentos do acordo de paz de 23 de março de 2009, que dá nome ao movimento.

Kinshasa acusa Kigali de colaborar com o M23, com o Ruanda a negar reiteradamente a acusação, apesar de pelo menos dois relatórios da ONU confirmarem essa cooperação.

Por seu turno, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de se aliar às rebeldes Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR), fundadas em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados na RDC para recuperar o poder político no seu país de origem. A ONU também confirmou esta colaboração.

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