Bloco Democrático pede fim da "intolerância política"
21 de dezembro de 2021A comitiva do Bloco Democrático (BD), chefiada pelo seu presidente, Filomeno Vieira Lopes, não foi recebida pelo governo provincial do Zaire, na segunda-feira (20.12).
O partido diz ter anunciado a intenção de se reunir com o governo com sete dias de antecedência. A comitiva esteve a trabalhar na província no âmbito da implementação das estruturas do BD e queria apresentar os seus resultados ao governador, Pedro Makita Armando Júlia. Mas o governo provincial não recebeu os membros do partido.
"Nós tínhamos a intenção de apresentar - como manda a regra democrática, como mandam também as regras de prevenção de eventuais conflitos - o nosso elenco agora eleito ao senhor governador", conta Filomeno Vieira Lopes.
"Formulámos os pedidos adequados, não recebemos resposta formal. Mesmo assim, fomos ao governo da província e constatámos que nenhuma entidade está neste momento em Mbanza Kongo."
Melhor ambiente democrático é possível?
Dada a situação, o líder do BD convocou uma conferência de imprensa de última hora, para mostrar a sua indignação.
Filomeno Vieira Lopes considera a atitude dos governantes do Zaire um ato de intolerância política.
"Nós precisamos - sobretudo nesta época de pré-campanha eleitoral - o melhor ambiente democrático possível, e o conhecimento entre as pessoas entre as várias entidades é fundamental para que esse ambiente de tolerância e de entendimento se concretize", justifica.
"Despartidarizar" o Estado
O Bloco Democrático integra a Frente Patriótica Unida, uma plataforma da oposição que tem como meta principal derrotar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) nas próximas eleições gerais, em 2022.
O MPLA está no poder desde 1975 e, para a oposição, é hora de haver uma alternância política no país.
Porém, segundo o líder do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, primeiro que tudo, é preciso despartidarizar o Estado e acabar de uma vez por todas com a intolerância política.
"Esta intolerância que está a existir, só há uma maneira de ultrapassar isso: que os conceitos democráticos se instalem mais nas instituições e que haja um efetivo ideal, porque essas instituições sabem como se deve proceder quando é uma manifestação do MPLA. Os governos democráticos são eleitos para o povo. Não é um governo do partido para o partido", critica.
Por isso, o líder do BD apela: "É preciso romper com esta mentalidade para podermos dar um salto qualitativo e criar as condições para podermos evitar estas intolerâncias políticas".