Surto de febre-amarela em Angola
4 de fevereiro de 2016Na terça-feira, 2 de fevereiro, foi lançada oficialmente a campanha de vacinação da febre-amarela em Luanda, mais concretamente em Viana, epicentro da doença. A cerimónia foi presidida pelo ministro da Saúde José Van-Dúnem.
Estão envolvidos neste esforço de inoculação perto de cem estudantes da faculdade de medicina da Universidade Agostinho Neto e da Universidade Mandume – Ya- Ndemufayo. Mas para além das vacinas, a campanha inclui ainda ações de sensibilização da população para o reforço das medidas de prevenção.
Embora o município de Viana seja, para já, o mais afetado, já se registaram casos, incluindo óbitos, também na província de Huíla, mais concretamente em Calumbeque, a 120 quilómetros da capital, Lubango. A chefe do Departamento da Saúde Pública daquela região, Telma Diogo, revela detalhes dos casos aqui registados: "Chegaram à província sete casos dos quais resultaram quatro em óbito já em situação de doença. São adultos do sexo masculino com idades compreendidas entre vinte e trinta e cinco anos de idade."
Medidas de prevenção
A febre-amarela é uma doença febril, hemorrágica, transmitida pela picada do mosquito aedes aegypti. A prevenção mais eficaz passa pelo uso de redes mosquiteiras impregnadas sobre a cama e nas janelas. Recomenda-se igualmente o uso regular de inseticidas.
A responsável, Telma Diogo, diz que é preciso evitar o pânico e explica como a província da Huíla pretende avançar no combate à doença: "Vamos tomar medidas contra os vetores. Isto é, a utilização de mosquiteiros, utilização de repelentes, ter cuidado com os charcos e aglomerados de lixo". Além disso as crianças deverão ser vacinadas aos nove meses contra a febre: "No município de Caluquembe estamos a ter uma medida um bocadinho mais direcionada, com a pulverização intra e extra domiciliar”.
Vacinas recuaram em Luanda
O plano de combate à febre-amarela em Luanda arrancou já no passado dia 25 de janeiro, com um orçamento provisório de 2,02 mil milhões de kwanzas, equivalente a quase doze milhões de euros. Os fundos destinam-se à aquisição de vacinas e material, custo operacional das atividades, bem como a formação do pessoal envolvido.
A capital angolana registou em 2015 uma cobertura de 70% na vacinação contra a febre-amarela, uma redução comparativamente a 2014, ano em que atingiu os 77%. Os últimos surtos de febre-amarela em Angola registaram-se em 1971 e 1986.