Angola: Criança morre atropelada por caravana presidencial
30 de agosto de 2018Depois do atropelamento, ocorrido em 2017 em Cabinda, de uma adolescente de 12 anos, por uma viatura da caravana do Presidente João Lorenço, durante a sua deslocação ao enclave, desta vez, em Huambo, a pequena Graciana Adriana, de 5 anos de idade, foi vítima mortal nesta quarta-feira (29.08), de um acidente provocado por uma viatura da escolta presidencial.
O caso ocorreu quando Graciana Adriana, caminhava de mãos dadas com a mãe, numa estrada que dá acesso ao aeroporto Albano Machado, no Huambo. Na mesma altura, passava pelo local uma viatura afeta à delegação do Presidente João Lourenço, que esteve em visita à província na terça e quarta-feira (28/29.08).
Descuido terá provocado a morte?
De acordo com o porta-voz do Gabinete de comunicação e imprensa do comando da policia no Huambo, Martinho kavita, tudo aconteceu quando a menor e a mãe, tentavam atravessar a estrada: Graciana terá escapado das mãos da mãe, tendo sido colhida mortalmente por uma das viaturas da caravana que acompanhava o Presidente João Lourenço"A mãe e a criança, vinham de uma viagem, e devido à falta de atenção no momento da travessia da estrada, deu-se o atropelamento que infelizmente acabou vitimando mortalmente a menor. O carro da escolta presidencial procurava sair do ponto em que estava em direção ao aeroporto quando aconteceu este acidente".
Mãe conta versão diferente da polícia
A mãe da vitima, Inácia Chilembo, contou que vinha de uma viagem ao municipio do Mungo, onde fora colher milho e quando estava no "passeio juntamente com a filha", o carro embateu fortemente na adolescente. A versão da mãe contraria, assim, a versão da polícia."Eu vinha da colheita do milho e o transporte deixou-me aqui. Comecei a transportar o milho e levei o primeiro carregamento e vim buscar o segundo, tendo atravessado sem problemas a estrada, até que vi uma viatura, não sei de onde saiu, que subiu diretamente no passeio onde estávamos".O atropelamento e morte da pequena Graciana, reacendeu o debate sobre o excesso de velocidade, com que circulam normalmente as caravanas governamentais, particularmente as do Presidente da República. Em pouco tempo as caravanas ficaram envolvidas em dois atropelamentos, um deles mortal, primeiro em Cabinda e agora no Huambo.
Apelo para mais prudência e atenção
Para o ativista civico José Carlos Danie, membro do Concerto das organizações da sociedade civil do Huambo, apesar de ninguém premeditar um acidente rodoviário, é necessário que os serviços de segurança do Presidente observem escrupulosamente as regras do código da estrada, quanto à condução, nomeadamente nas áreas urbanas.
"Penso que se deve trabalhar este aspeto relacionado com os serviços de apoio ao Presidente, para que haja mais prudência e atenção, quando as delegações se deslocam na via pública. A área onde aconteceu a morte da criança é uma localidade onde existem muitas residências e muita gente a circular de um lado para o outro. Apesar disso, as regras de trânsito são frequentemente ignoradas pelas caravanas oficiais. Daí que apelamos aos condutores para que tenham mais prudência e atenção neste tipo de vias".