PALOP avaliam Rio 2016 e já pensam em Tóquio 2020
22 de agosto de 2016Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) encerarram a sua participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016 sem nenhuma medalha. Mesmo assim, os atletas de algumas delegações conseguiram atingir performances inéditas para seus países, como foi o caso do handebol feminino de Angola e do atletismo masculino de Cabo Verde.
No próximo mês, a partir do dia 7, Angola, Cabo Verde e Moçambique competem nas provas de atletismo dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.
No total, os PALOP foram representados por 45 atletas em 12 modalidades nesta Olimpíada. A delegação angolana foi a maior, com 25 desportistas. O vice-presidente do Comité Olímpico Angolano (COA), Mário Rosa, faz um balanço da participação do país nesta Olimpíada, e garante que foi positiva.
“Eu estou convencido de que tivemos a melhor participação possível face às condições postas à disposição da missão angolana. Os atletas qualificaram-se com mérito de estar no Rio e procuraram, durante a sua estadia nos Jogos Olímpicos, cumprir com a obrigação de representar contínuamente o país, e na minha ótica fizeram-no. Só tenho que estar orgulhoso dessa missão que trouxe até o Rio de Janeiro”, afirma Rosa.
Melhor perfomance
Segundo o vice-presidente do COA, entre os destaques da participação de Angola nos Jogos do Rio está a equipa feminina de handebol, que ganhou duas das cinco partidas da primeira fase e seguiu para a segunda etapa da modalidade.
“Tenho que dar destaque para as meninas do handebol que receberam diplomas pelo oitavo lugar nos Jogos Olímpicos. É uma classificação inédita. É uma passagem inédita à segunda fase. E é reflexo daquilo que Angola tem feito na modalidade a nível mundial”, ressalta Mário Rosa.
Além das atletas do handebol, o vice-presidente também destaca os atletas mais jovens do atletismo e os nadadores, que são apostas nacionais.
“No atletismo, estamos todos satisfeitos pelo desempenho dos mais jovens ateltas da missão”, afirma Rosa, que completa falando sobre a natação: “Pedro Pinotes está preparado para se impor no continente. Ele usou a sua participação nos Jogos Olímpicos como preparação de alto nível para chegar a uma medalha no Campeonato Africano da modalidade em setembro. Ana Sofia Nóbrega quebrou recordes nacionais e também está preparada para representar o país no continente africano”.
O Comité Olímpico Cabo-verdiano (COC) também avalia positivamente a perfomance de seus atletas. Entre os destaques de Cabo Verde está o velocista Jordin Andrade, que levou o país pela primeira vez no atletismo, na prova semifinal nos 400m com barreiras. De acordo com a presidente do COC, Filomena Fortes, a avaliação “não poderia ser mais positiva”.
“A avaliação que eu faço é positiva, por vários aspetos. Primeiro porque é a maior delegação de sempre que Cabo Verde trouxe a uns Jogos Olímpicos. Pela primeira vez um atleta cabo-verdiano chegou à semifinal; pela primeira vez participamos em novas modalidades – foi o caso do Taekwondo; e também temos os resultados que todos os atletas fizeram. Todos os objetivos foram alcançados. Cada um deles veio cá para melhorar a sua própria marca, ou fazer uma melhor performance para o país, e isto foi conseguido”, pontua.
Jogos Paralímpicos Rio 2016
Angola, Cabo Verde e Moçambique terão atletas competindo por medalhas nas provas de atletismo dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Os angolanos estão entre os favoritos da competição, pois já somam sete medalhas Paralímpicas, sendo três de ouro, três de prata e uma de bronze. Elas foram conquistadas, respetivamente, nos Jogos Paralímpicos de 2004, em Atenas, 2008, em Pequim, e 2012, em Londres.
O vice-presidente do Comité Olímpico Angolano assegura que as chances do país são grandes: “Angola vai estar no atletismo e costuma aspirar medalhas nessa sua participação. Portanto, é o único setor internacional onde chegaram a medalhas importantes nas provas mundiais, foi no atletismo paralímpico”.
Tóquio 2020
Depois dos Jogos Rio 2016, os comités olímpicos já estão de olho no futuro. Tóquio 2020 é a próxima etapa em busca de uma medalha olímpica, afirma Filomena Fortes.
“Já chegamos num patamar em que a participação é boa, sim, mas temos consciência de que devemos trabalhar para que a gente possa conseguir medalhas. É possível, não é algo que está muito longe do nosso alcance, simplesmente precisamos criar condições para estes atletas para que, por exemplo, em Tóquio a gente possa ter alguma medalha”, diz Fortes.
Mário Rosa conta que logo estejam todos de volta ao seu país, farão um balanço da participação no Rio 2016 para começar a planejar Tóquio 2020. “Isto passa por uma avaliação que vamos todos fazer. Temos quatro anos. Temos até o mês de dezembro para toda a família desportiva sentar à volta de uma mesa e discutir a presença de Angola nos próximos Jogos Olímpicos”.