Angola: Estado de emergência prolongado
10 de maio de 2020Numa comunicação ao país divulgada pela televisão pública de Angola, João Lourenço reconheceu os efeitos negativos da situação para a vida das pessoas e das empresas, mas alertou para a necessidade de manter as medidas.
Desde o dia 21 de março, data em que foi conhecido o primeiro caso de Covid-19 no país, "os angolanos tiveram de consentir enormes sacrifícios e ficar sujeitos a grandes restrições" nas suas vidas, efeitos que atingiram também as empresas, a indústria e o comércio, reconheceu o chefe do Estado.
Passados 45 dias do anúncio e com 43 casos positivos em Angola, números que, segundo João Lourenço, parecem refletir "uma tendência de contenção da progressão da pandemia", a doença continua a preocupar.
"Se tivermos em conta que temos 16 casos de transmissão local, corremos sérios riscos de evoluirmos para a transmissão comunitária se afrouxarmos agora as medidas até agora impostas pelo estado de emergência até aqui em vigor", sublinhou.
Recursos para combater a Covid-19
João Lourenço garantiu que o Executivo vai continuar a disponibilizar recursos para equipar os centros de tratamento, construir hospitais de campanha, instalar mais laboratórios de testagem, aumentar a disponibilidade de ventiladores e materiais de biossegurança e aumentar a formação especifica de pessoal medico e paramédico que "todos os dias enfrentam o perigo de se expor perante aqueles cujas vidas estejam ameaçadas pelo vírus".
O Presidente angolano deixou "votos de encorajamento e agradecimento" para "todos os heróis desta verdadeira guerra", incluindo os profissionais de saúde, forças de segurança, jornalistas, figuras públicas, igrejas e o "cidadão angolano que abdicou de uma vida normal pela defesa da vida de todos os outros seres humanos".
O chefe de Estado terminou a comunicação ao país, reiterando os apelos para ficar em casa, lavar as mãos, manter a distância social e usar mascara: "se fizermos isso, ganhamos a guerra e mais cedo voltaremos à vida normal", salientou.
O estado de emergência, declarado após consulta ao Conselho da República e Assembleia Nacional, vai prolongar-se mais 15 dias a contar de 11 de maio.
Na sexta-feira (08.05), a Assembleia Nacional de Angola havia aprovado o terceiro pedido do Presidente angolano para estender, por mais 15 dias, o estado de emergênciacomo parte do combate à pandemia da Covid-19.
Até este sábado (09.05), Angola registava 43 casos positivos, com dois óbitos, 28 doentes ativos e 13 recuperados.
Este domingo (10.05), o número de mortos devido à Covid-19 em África ultrapassou os 60 mil e 2.223 pessoas morreram em 53 países, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana.