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Angola mantém plano para combater VIH/SIDA até 2030

Manuel Ribeiro / Lusa 1 de dezembro de 2015

Um relatório divulgado pela ONUSIDA diz que Moçambique está entre as dez nações da África Oriental onde ocorreram novas infeções pelo vírus. Em Angola mantêm-se os esforços para acabar com a epidemia até 2030.

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Symbolbild HIV Prävention Aufklärung Sexualerziehung
Foto: Getty Images/AFP/S. Maina

O diretor executivo adjunto do Programa Conjunto da ONU de Combate à SIDA (ONUSIDA), Luiz Loures, disse à Rádio das Nações Unidas que Angola pode vir a ter uma "epidemia semelhante" à que aconteceu em Moçambique se os países lusófonos não se juntarem no combate à doença.

Luiz Loures refere a existência de "epidemias importantes, como em Moçambique, e países que podem vir a ter epidemias importantes como Angola." Por isso, defende, "tem que se renovar atenção à sida nesses países. Existe uma base forte. Vejo de uma forma otimista, países como o Brasil e Portugal têm uma resposta à SIDA hoje entre as mais avançadas do mundo e não existe uma razão para que outros países de língua portuguesa não avançarem da mesma forma. A unidade entre esses países para levar a essa epidemia ao fim é parte da estratégia."

A DW África conversou com Tsemo Sihaka, representante da ONUSIDA em Angola, que esclarece a atual situação no país. "A prevalência do VIH/SIDA é de 2,4%, muito longe dos outros países. Tem havido um esforço muito grande na resposta à luta da epidemia. Em 2004 havia quatro centros de prevenção em Angola e em 2014 há mais de mil centros, dentro dos municípios em todo o país. Há uma melhoria muito importante na propagação da doença que reduziu para menos de 25%. Houve mais acesso a centros e o tratamento com antirretrovirais é gratuito."

Mas o combate à doença não depende apenas do Governo. "A maior dificuldade tem a ver com constrangimento da sociedade. A fraca mobilização da sociedade civil, a nível dos parceiros baseados na fé. A fraca mobilização dos jovens e isto tem a ver com o nível da educação que tem de ser melhorada", sublinha Tsemo Sihaka.

Prisões sobrelotadas são foco da doença

A doença tem incidência em grupos de pessoas que estão mais vulneráveis, como nas prisões de Angola, onde se regista uma sobrelotação de 9% na capacidade das cadeias do país. As patologias mais frequentes são o HIV/SIDA, tuberculose e a malária.

Tsemo Sihaka UNAIDS
Tsemo SihakaFoto: privat

Tsemo Sihaka refere que "os prisioneiros fazem parte de populações chave de grupos vulneráveis que merecem toda a atenção na resposta a epidemia. O país e os parceiros estão conscientes que os presos, os trabalhadores de sexo, usuários de drogas e homens que fazem sexo com homens estão mais vulneráveis à epidemia."

A representante da ONUSIDA para Angola acredita que o país está melhor preparado para combater o vírus. "Já houve muito esforço e vai haver muito mais no próximo plano estratégico nacional que vai de 2015 a 2018. Existe um maior envolvimento da sociedade civil e acreditamos que com o apoio de todos os parceiros que tem de estar no terreno para acompanhar esta resposta vamos acabar com a epidemia até 2030."

Cantora Yola Semedo nomeada embaixadora

A cantora angolana Yola Semedo aceitou, entretanto, ser embaixadora da Boa Vontade da ONUSIDA para dar voz ao combate à doença em Angola.

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"A cantora Yola Semedo ofereceu o seu apoio para mobilizar a juventude a lutar contra o estigma da descriminação que ainda é importante na sociedade de África e ela se comprometeu em usar a sua voz e fama em trazer a sua contribuição pessoal como embaixadora de boa vontade. É uma grande honra ter a Yola como embaixadora da boa vontade", sublinha a representante da ONUSIDA em Angola.

Yola Semedo vai tomar posse como embaixadora da boa vontade no Dia Mundial da Luta contra a SIDA, 1 de dezembro.

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