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PGR angolana ainda analisa processo de Manuel Vicente

Lusa | tms
19 de novembro de 2018

A Procuradoria-Geral da República angolana ainda está a analisar o processo que envolve o ex-vice-Presidente Manuel Vicente em caso de corrupção. A ação judicial foi transferida em junho de Portugal para Angola.

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Foto: Getty Images

O procurador-geral da República de Angola afirmou esta segunda-feira (19.11), em Luanda, à agência de notícias Lusa que continua a análise ao processo que envolve o antigo vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, acusado pela Justiça portuguesa de corrupção ativa, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

Este processo foi transferido de Portugal para Angola em junho deste ano, depois da exigência das autoridades de Luanda para que assim se procedesse, colocando em causa as relações entre os dois países.

Em declarações à Lusa, Hélder Pitta Grós reafirmou que o processo já foi recebido em Luanda e que está a decorrer a fase de análise. Segundo o procurador, tudo está a ser feito para que a sua conclusão aconteça "o mais rápido possível". "Estamos a fazer todo o esforço para que o mais rápido possível haja uma decisão", acrescentou.

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Palácio da Justiça, em LuandaFoto: DW/C.V. Teixeira

Questionado se o ex-vice-Presidente de Angola já tinha chegado a ser ouvido, Hélder Pitta Grós informou que não, porque o processo é extenso. "O processo é muito extenso. Só quando terminarmos a sua análise é que vamos ver que diligências é que hão de ser feitas. Não poderei adiantar agora que diligências são essas sem que esteja completada a análise de todo o processo", frisou.

Manuel Vicente não quis comentar

A Lusa tentou ouvir o antigo vice-Presidente de Angola, agora deputado à Assembleia Nacional, mas este recusou-se, referindo apenas que preferia não falar sobre o assunto.

Instado a comentar o facto de o seu processo ter sido remetido pelas instâncias judiciais portuguesas para Angola, Manuel Vicente considerou apenas tratar-se de "um passo".

Angola e Portugal viram as suas relações esfriarem depois de a justiça portuguesa ter acusado o ex-vice-Presidente angolano dos crimes e corrupção ativa, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, no conhecido processo "Operação Fizz".

Sobre o caso, o Presidente angolano, João Lourenço, que realiza de 22 a 24 deste mês uma visita de Estado à Portugal, disse, em janeiro passado, que as relações entre os dois países iam "depender muito" da resolução do processo de Manuel Vicente e classificou a atitude da justiça portuguesa até então como "uma ofensa" para o seu país.

"Lamentavelmente (Portugal) não satisfez o nosso pedido, alegando que não confia na justiça angolana. Nós consideramos isso uma ofensa, não aceitamos esse tipo de tratamento e por essa razão mantemos a nossa posição", enfatizou, na altura, João Lourenço. Em maio, o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu enviar o processo para julgamento em Luanda.

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