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Angola pode ser processada pelos EUA como membro da OPEP

Lusa
11 de dezembro de 2020

Pedro Godinho, ligado ao setor petrolífero, alertou que os países membros da OPEP, incluindo Angola, podem ser processados pelo departamento de Justiça dos EUA por atuarem contra os princípios da lei anticoncorrencial.

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Symbolbild OPEC, Organisation Erdöl exportierender Länder
Foto: picture-alliance/dpa/B. Gindl

Segundo o empresário angolano Pedro Domingos Godinho, o departamento de Justiça norte-americano "aguarda apenas pela aprovação no Congresso e no Senado para processar" os países membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) porque os Estados Unidos da América "concluíram que a existência de cartéis vai contra os princípios elementares da livre concorrência e da lei anti-cartéis".

"As consequências dessa ação podem conduzir ao congelamento dos ativos desses países incluindo Angola", afirmou empresário à Lusa.

A OPEP, fundada em setembro de 1960, é constituída por 13 países: Angola, que em 2021 vai presidir à organização intergovernamental, Argélia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Guiné Equatorial, Gabão, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, República do Congo e Venezuela.

A "salvação" até agora

O empresário angolano e presidente da Câmara de Comércio Americana em Angola (Amcham-Angola) afirma que os membros OPEP "ainda não foram processados", porque o Governo norte-americano "procura mecanismos para contornar o acordo de parceria estratégica que tem com a Arábia Saudita".

Angola Ölförderung vor der angolanischen Küste
Plataforma petrolífera na costa angolanaFoto: Getty Images/AFP/M. Bureau

"Neste momento, Angola ainda não foi apanhada nisso, porque não conseguem pegar na Arábia Saudita devido a um acordo de parceria entre ambos os países", realçou o responsável.

A diplomacia económica constitui um dos eixos da governação do Presidente angolano, João Lourenço, há três anos no poder.

Saída de Angola da OPEP?

Para Pedro Domingos Godinho, que defende a saída de Angola da OPEP, a possibilidade do país fazer parte de uma "lista negra", na Justiça norte-americana pode contrastar com a "luta titânica" que João Lourenço faz no sentido de "melhorar a imagem de Angola no exterior".

 "Porque, então, Angola faz parte de uma organização que corre o risco de ser posta na lista negra?", questionou.

 "Eu acho que uma saída da OPEP seria uma grande oportunidade de Angola alinhar-se com as grandes nações democráticas do mundo que defendem ferozmente a lei anti-cartel", concluiu.

 Angola é o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana. Aderiu à OPEP em 2007 e já presidiu à organização em 2009.

  

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