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Angola: Remodelação limita influência de ex-Presidente

Lusa | cvt
19 de abril de 2020

Consultura Eurasia considera que remodelação governamental em Angola fará diminuir ainda mais o poder do antigo Presidente da República e aumentar o número de tecnocratas que vão ser úteis nas reformas de João Lourenço.

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João Lourenço, Angola Präsident
João LourençoFoto: Getty Images/M. Spatari

"Estas alterações vão diminuir significativamente os custos com pessoal mas, mais importante, vão ajudar a diminuir o poder de José Eduardo dos Santos e aumentar o objetivo de consolidação política de João Lourenço", escrevem os analistas da consultura Eurasia.

Num comentário enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que a remodelação governamental deste mês, que reduziu o Governo de 28 para 21 ministros, promoveu "vários tecnocratas que também vão ajudar João Lourenço a continuar a sua agenda reformista apesar da deterioração das perspetivas económicas".

Reação da ONU

Entretanto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, felicitou o ministro das Relações Exteriores de Angola, Tete António, pelo novo cargo, reiterando o apoio das Nações Unidas aos "esforços" do Governo no sentido de "promover o bem-estar do povo angolano".

Numa missiva dirigida ao novo chefe da diplomacia angolana, que tomou posse a 11 de abril, Guterres manifesta-se "convicto" do aprofundamento da cooperação e parceria entre as Nações Unidas e Angola.

UN-Generalsekretär António Guterres
António GuterresFoto: picture-alliance/Kyodo

Expressa igualmente o seu apoio ao "compromisso" do Governo angolano na promoção da resolução pacífica de disputas no continente africano, inclusive através da iniciativa "Silenciar as Armas da União Africana (UA)".

O secretário-geral das Nações Unidas destaca, neste âmbito, o papel de Tete António na qualidade de observador permanente da UA "no estreitamento dos laços" entre as duas organizações.

Remodelação

A 6 de abril o Presidente de Angola fez divulgar a lista dos novos membros do Executivo, que encolheu de 28 para 21 ministérios, destacando-se a saída de Manuel Augusto, das Relações Exteriores, substituído pelo seu secretário de Estado Tete António.

Da longa lista de exonerações divulgada pela Casa Civil de João Lourenço constam 17 ministros e 24 secretários de Estado, bem como o secretário do Presidente da República para os Assuntos Políticos, Constitucionais e Parlamentares e o diretor do Gabinete de Ação Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República.

Muitos dos governantes transitam de pastas, mas Já Adjany Costa, a jovem bióloga que venceu um prémio das Nações Unidas para os ambientalistas que mais se distinguiram no ano passado, será de facto uma cara nova no Executivo, assumindo um superministério que junta Cultura, Turismo e Ambiente.

De fora, ficam as anteriores ministras Maria da Piedade Jesus, Maria Ângela Bragança e Paula Coelho.

Manuel Gomes da Conceição Homem estreia-se no novo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, até agora dividido entre as Telecomunicações e Tecnologias de Informação, tutelado por José Carvalho da Rocha, e Comunicação Social, liderado por Nuno Caldas Albino.

Este, por seu turno, será o novo secretário de Estado da Comunicação Social, deixando de fora Celso Malavoleneke.

Mantêm-se nas mesmas funções, Diamantino Pedro Azevedo, ministro dos Recursos Minerais e Petróleo, que junta o Gás ao seu departamento, bem como Manuel Tavares de Almeida, ministro da Construção e Obras Públicas, agora responsável pelas Obras Públicas e Ordenamento do Território, anteriormente assumido por Ana Paula Carvalho.

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