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Angola: Rádio Ecclésia prepara-se para expandir sinal

24 de janeiro de 2018

Só falta resolver questões técnicas para a Ecclésia começar a transmitir para todo o país. Quanto a ajudar a estancar a proliferação de seitas, como gostaria o Presidente angolano, a emissora diz que não é seu objetivo.

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Angola Rádio Ecclesia Benguela
Edifício da Rádio Ecclésia em BenguelaFoto: DW/N. Sul D'Angola

Depois de muitos anos de proibições, a Rádio Ecclésia em Angola vai finalmente poder expandir o seu sinal para todo o país. O Presidente João Lourenço recentemente deu luz verde para tal, embora lembre que a rádio da Igreja Católica tenha sido impedida de chegar a mais gente por certas "razões". O Presidente espera ainda da Emissora Católica de Angola determinadas posturas que não vão exatamente na linha de atuação da estação. Conversamos com o padre Augusto Epalanga da Rádio Ecclésia.

DW África: Em termos práticos o que falta para a expansão do sinal?

Augusto Epalanga (AE): Neste momento estamos na fase da reavaliação técnica, porque certamente sabiam que tínhamos um projeto de expansão já faz tempo. No âmbito deste projeto tínhamos instalado emissores e alguns estúdios em dezassete das dioceses de Angola.

Radio Ecclesia - Antenne Bild 50
Antena da Rádio Ecclédia em LuandaFoto: DW / Johannes Beck

Agora estamos a reavaliar as condições técnicas de conservação, para ver como ficaram conservados esses aparelhos e até já sabemos que alguns materiais estão danificados por causa do tempo. E para além disso estamos a negociar com o Ministério da Comunicação Social a questão das frequências para as dioceses e vamos retomar o projeto de forma gradual.

DW África: João Lourenço disse também que havia motivos que impediam a expansão, embora não tenha mencionado os motivos. Quais são?

AE: Neste momento não sei se serei a pessoa mais indicada para falar desses motivos. Mas digamos que são aqueles relacionados com a situação política que estávamos a viver. Tudo se resumia a falta de vontade política.

DW África: E já estão ultrapassadas essas diferenças?

AE: Acredito que sim, estamos a viver uma nova fase. Tudo dá a entender que as coisas estão superadas, as burocracias estão superadas. Agora o que falta são os aprimoramentos técnicos, como eu disse.

DW África: O Presidente de Angola tem esperança que a expansão do sinal da Rádio Ecclésia ajude a estancar a proliferação de seitas que surgiram nos últimos anos em Angola. Esse é um dos vossos objetivos também?

Angola: Rádio Ecclésia prepara-se para expandir sinal

AE: Objetivos não diríamos tanto, porque a Ecclésia foi fundada com o objetivos de subsidiar o trabalho da envagelização e promover a justiça e a paz. Agora, neste prisma, se esta dimensão cabe nessa lógica, quando o Evangelho é um instrumento que temos para purificar os valores ou contra-valores, talvez seja nesse âmbito. Mas de contrário não, não é esse o objetivo primordial da Rádio Ecclésia. Tem de se ver isso na lógica da própria evangelização.

DW África: E sob o ponto de vista da liberdade de expressão e de imprensa qual é o ganho mais visível para a Rádio Ecclésia neste momento?

AE: A Rádio Ecclésia sempre pautou por andar sempre de acordo com a sua linha editorial. E na sua lógica sempre abordou assuntos que, de qualquer maneira, provocaram de quando em vez confrontos, se é que me posso expressar assim, aquilo que vai contra a própria liberdade de expressão e de imprensa. Agora o ganho é maior porque nessa altura tudo fica mais claro e os ganhos são maiores nesse sentido.

Nádia Issufo
Nádia Issufo Jornalista da DW África
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