Angola: tudo a postos para as eleições gerais
23 de agosto de 2017São as quartas eleições em Angola, as segundas nos moldes atuais, com eleição direta do Parlamento e indireta do Presidente da República, que será o cabeça-de-lista do partido mais votado. As urnas abrem às 7h00 e deverão ser encerradas às 18h00.
Segundo o enviado especial da DW África em Luanda, António Cascais, "desta vez, nota-se que as pessoas estão mesmo com vontade de mudança. Exprimem esse sentimento sempre que pedimos para dizerem o que pensam".
No entanto, "há muita gente que acredita que essa mudança poderá vir do candidato do MPLA, João Lourenço", acrescenta o enviado da DW. "Outros afirmam que precisam de reformas vindas dos partidos da oposição".
O comício de encerramento da UNITA, no Cazenga, em Luanda, "teve mais gente do que o último comício do MPLA", lembra António Cascais. "Abel Chivukuvuku, da CASA-CE, também tem atraído muita gente".
O enviado da DW sublinha, ainda assim, que "avaliando por aquilo que se vê na rua e na comunicação social, tudo está como nas últimas eleições: uma grande preponderância do partido no poder o MPLA".
Segurança reforçada
Os últimos dias da campanha eleitoral ficaram marcados por críticas da oposição à CNE, que acusam de falta de transparência, e queixas de eleitores obrigados a percorrer mais de mil quilómetros para poderem votar. Muitos delegados da oposição não foram acreditados para as mesas de voto. António Cascais fala em "problemas recorrentes", mas sublinha que se prevê que haja "menos problemas do que nas eleições anteriores".
Os principais candidatos votam em Luanda, durante a manhã, o mesmo acontecendo com José Eduardo dos Santos, que vota pela última vez ainda nas funções de Presidente da República. José Eduardo dos Santos vota, como habitualmente, na Cidade Alta. João Lourenço, candidato do MPLA, vota na Universidade Agostinho Neto. O líder da UNITA, Isaías Samakuva, também vai estar nos arredores da capital: vota na Universidade Óscar Ribas, em Talatona. Já Abel Chivukuvuku, da CASA-CE, vota na baixa de Luanda, e Benedito Daniel, do PRS e Quintino Moreira, da APN, vão estar em Viana.
De acordo com dados do Ministério do Interior, estas eleições serão vigiadas por mais de 100 mil agentes de segurança, tendo sido decretada tolerância de ponto em todo o país. Nas ruas de Luanda, diz o enviado especial da DW África, "o ambiente tem estado tranquilo".
Até ao dia de terça-feira estavam acreditados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) um total de mil 440 observadores, entre nacionais e internacionais.