Angola vai reforçar combate ao garimpo diamantífero
14 de outubro de 2018Citado hoje pela agência noticiosa angolana Angop, o governador da Lunda Norte, Ernesto Muangala, precisou que se vão encerrar as casas de vendas de diamantes e prender os seus mentores, assim como expulsar imigrantes ilegais "endémicos" nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Cuando Cubango, Moxico, Malanje, Uíge e Bié. A medida foi anunciada no sábado (13.10) numa conferência de imprensa de balanço preliminar da "Operação Transparência” iniciada a 25 de setembro.
O governador justificou a realização da operação, que já prendeu mais de 200 mil imigrantes estrangeiros ilegais, com a necessidade de se reorganizar a exploração semi-industrial de diamantes no país.
50 mil desempregados na Lunda Norte
Iniciativa do Presidente de Angola, João Lourenço, a "Operação Transparência" prevê expulsar todo o estrangeiro em situação irregular no país e que financia a exploração ilegal de diamantes, além de punir os cidadãos nacionais que auxiliam a imigração ilegal, pondo em risco a soberania angolana e a economia nacional. Depois de se reorganizar a exploração semi-industrial, "cujos prejuízos são intangíveis até ao momento", acrescentou Ernesto Muangala, o Governo passará o processo aos angolanos para diminuir o desemprego na província, estimado em cerca de 50 mil pessoas, maioritariamente jovens.
Até agora, o processo levou ao encerramento de mais de 100 casas de comercialização ilegal de diamantes na Lunda Norte, nos municípios do Lucapa, Cuango, Cangulo e Xá Muteba. Cerca de 200 mil imigrantes ilegais deixaram voluntariamente o país, enquanto outros sete mil foram repatriados, maioritariamente para a República Democrático do Congo (RDC), e, com menor expressão, para a República do Congo, Mali, Eritreia e Mauritânia.
Três mil diamantes recuperados
Os meios apreendidos durante a "Operação Transparência" serão penhorados pelo Estado angolano, com exceção dos que se provem legais. Enquanto durar o processo de reposição da ordem no setor da extração artesanal dos diamantes, dominado por congoleses oriundos da RDC, país vizinho que partilha uma fronteira de 770 quilómetros, o governo provincial cessa a cedência de licenças quando, até ao final de 2017, tinham sido emitidas cerca de uma centena.
Entre o início da operação, a 25 de setembro, até 4 deste mês, foram recuperados três mil diamantes de vários quilates, 80 mil dólares e 2,5 milhões de kwanzas, além da apreensão de 150 viaturas de diversas marcas usadas nas áreas de garimpo.