Artur Silva nomeado novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau
31 de janeiro de 2018Artur Silva é o sexto primeiro-ministro nomeado pelo Presidente José Mário Vaz no espaço de três anos.
Silva foi ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, além de ministro da Defesa, da Educação e das Pescas. Mas não é apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas.
O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, disse, na terça-feira (30.01), em conferência de imprensa, que o seu partido não iria aceitar qualquer nome que não fosse o do seu dirigente Augusto Olivais, proposto no âmbito do Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que prevê a nomeação de um primeiro-ministro de consenso.
Dois dos cinco partidos com assento no Parlamento guineense, o PCD e a União para Mudança, manifestaram-se solidários com a posição do PAIGC relativamente à figura do primeiro-ministro. Os três partidos acreditam que só a nomeação de Augusto Olivais contribuirá para pôr fim à crise política vigente.
Nova visita da CEDEAO
O novo primeiro-ministro guineense terá como tarefa fundamental preparar e realizar eleições legislativas ainda este ano, como espera o Presidente guineense.
A tomada de posse de Artur Silva está marcada para esta quarta-feira (31.01), segundo um comunicado da Presidência, dia em que chega a Bissau uma delegação da CEDEAO para averiguar o cumprimento do Acordo de Conacri.
A CEDEAO admite a imposição de sanções a pessoas e organizações que estejam a criar obstáculos ao cumprimento do acordo.
A chegada da missão da CEDEAO ocorre 24 horas depois da situação na capital guineense se ter degradado, com o cerco policial à sede do PAIGC, onde deveria ter lugar o nono congresso do partido. A ida da delegação sucede também 24 horas depois de, juntamente com mais quatro organizações (União Europeia, União Africana, Nações Unidas e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), em comunicado, ter insistido na necessidade de ser nomeado um primeiro-ministro em conformidade com o Acordo de Conacri.
Na nota, as cinco organizações internacionais envolvidas no processo de consolidação de paz na Guiné-Bissau, denominadas P5, pediram o respeito pela lei e direito à liberdade de reunião e de participação política.