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Assassinato é afronta à liberdade de imprensa, defende MISA

Nádia Issufo28 de agosto de 2015

Jornalista Paulo Machava foi assassinado em Maputo, esta sexta-feira (28.08). Ele era editor de um jornal eletrónico e exercia outras atividades. Autores e motivos do crime são desconhnecidos. Polícia está a investigar.

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Foto: AFP/Getty Images/P. Baz

O assassinato do jornalista Paulo Machava, editor e proprietário do jornal eletrónico Diário de Notícias, na manhã desta sexta-feira (28.08), em Maputo, acontece pouco antes do polémico julgamento de dois jornalistas e um economista.

Machava foi morto com quatro tiros durante o seu exercício físico matinal por homens desconhecidos que o seguiam numa viatura. O crime aconteceu numa zona central da capital moçambicana.

A polícia ainda não tem informações sobre os autores ou os motivos do crime, mas garante que já está a investigar, segundo Arnaldo Chefo, porta-voz da insituição ao nível da cidade de Maputo.

"Até aqui não temos nenhuma pista, mas já há um trabalho que a polícia está a fazer para o esclarecimento deste assunto [crime]," revela.

"Portanto, como tomamos conhecimento, este assunto ocorreu esta manhã, por volta das seis e meia. A polícia ainda está a mexer os seus pauzinhos para ver se consegue localizar os indivíduos que cometeram este ato," explica Chefo.

Testemunhas presenciaram homicídio

Mosambik - Maputo
Paulo Machava foi morto a tiros no centro da capital moçambicana, MaputoFoto: picture-alliance/dpa

Mas há testemunhas que já terão dado algumas informações, informa ainda Arnaldo Chefo.

"Existir, existem pessoas que assistiram. Então, a polícia também está a trabalhar em colaboração com essas pessoas. A polícia está a valorizar também essas informações. Não está a deixar de lado," garante.

Paulo Machava, que iniciou a sua carreira nos anos 80, era editor e proprietário do jornal eletrónico Diário de Notícias. Antes, trabalhou para outros órgãos de comuniação social, como a Rádio Moçambique e o semanário Savana.

Reagindo ao assassinato do jornalista, o Instituto de Comunicação Social da África Austral Moçambique (MISA-Moçambique), através do seu responsável Fernando Gonçalves, considera que o ato mina a liberdade de imprensa no país.

"Como MISA, consideramos que este assassinato vem impôr um clima de medo entre os jornalistas moçambicanos, o que é uma afronta contra aliberdade de imprensa em Moçambique," considera.

Crime às vésperas de polémico julgamento

20 Jahre Frieden in Mosambik Carlos Nuno Castel-Branco vom IESE
Nuno Castel-Branco, economista e investigador moçambicano, será julgado por causa de uma carta aberta dirigida a Armando Guebuza, quando este ocupava o cargo de Presidente da RepúblicaFoto: DW/M.Barroso

Entretanto, o assassinato de Paulo Machava acontece às vésperas de um polémico julgamento de dois jornalistas, Fernando Veloso, diretor editorial do semanário Canal de Moçambique, e Fernando Mbanze, editor do diário eletrónico Mediafax - acusados de crime de abuso de liberdade de imprensa - e ainda do economista Nuno Castel-Branco, acusado por crime contra a segurança do Estado.

Insatisfeitos, os jornalistas organizam uma manifestação diante do tribunal na próxima segunda-feira (31.08), dia do julgamento.

Para o MISA-Moçambique a proximidade dos acontecimentos é preocupante:

"Obviamente coloca-nos numa situação muito difícil. Já estávamos numa situação difícil estando às vésperas deste julgamento e este assassinato é para nós um motivo de grande tristeza e de grave preocupação," conclui Gonçalves.

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