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Ativista alerta para más condições numa das cadeias dos 15+2

1 de abril de 2016

Um ativista angolano visitou alguns dos jovens detidos, acusados de atos preparatórios de rebelião, e denuncia que estão em celas sem colchão. Serviços prisionais garantem que vão investigar.

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Foto: picture-alliance/dpa/P. Juliao

O ativista angolano Emiliano Catumbela visitou, na quinta-feira (31.03), a prisão de Caquila, em Viana, nos arredores da capital angolana. E diz ter saído preocupado: os jovens ativistas aí detidos "disseram que nas celas não há colchões e lençóis. E só vão ao exterior uma vez por semana", afirmou.

Catumbela denuncia ainda que os seus amigos estão a partilhar celas com reclusos altamente perigosos.

Em Caquila, estão detidos os ativistas Domingos da Cruz, José Gomes Hata, Albano Bingo Bingo e Hitler Tshikonde. Segundo Emiliano Catumbela, o ativista da Cruz, autor do livro "Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura" e tido como o líder do grupo, está numa zona diferente dos colegas por estar a cumprir a pena maior.

Esperança Gonga, esposa de Domingos da Cruz, não está a par das condições na prisão, pois ainda não conseguiu falar muito tempo com o marido. No entanto, diz que o ativista já foi preparado para a prisão. "Ele já tinha levado os seus lençóis, porque já previa que a farsa ia continuar. Não sei concretamente em que condições estão, porque o dia que estive lá foi um momento emotivo. Quase que chorava, atendendo ao golpe baixo que sofremos."

Serviços prisionais prometem investigar

Contactado pela DW África, o porta-voz dos Serviços Prisionais angolanos, Menezes Cassoma, garantiu que ia investigar o assunto.

Ativista alerta para más condições numa das cadeias dos 15+2

"Tomámos boa nota das preocupações. Vamos tentar saber o que realmente se passa, junto da direção do estabelecimento. Porque, por aquilo que sabemos, esses reclusos devem ser acomodados nos melhores locais e com as melhores condições que temos no estabelecimento", explicou Cassoma.

Nuno Dala em greve de fome há 22 dias

Simultaneamente, o estado de saúde de outros dois ativistas, Manuel Nito Alves e Nuno Dala, continua a inspirar preocupação.

Na segunda-feira (28.03), Dala não assistiu à leitura da sentença por razões de saúde. O ativista está em greve de fome desde 10 de março, reivindicando acesso a contas bancárias, a entrega de pertences nas mãos das autoridades e resultados de exames clínicos. Ingere apenas água, soro, chá e sumo. Gertrudes Dala alerta que o irmão está a ficar cada vez mais debilitado e depende da cadeira de rodas para se deslocar.

Entretanto, Fernando Baptista, pai de Nito Alves, detido em janeiro, após um julgamento sumário por injúrias ao tribunal, diz que o ativista está a recuperar de uma infeção por malária.