"Beit Hawa" - "Casa Eva"
24 de março de 2012
Em muitas famílias egípcias, a mulher é, para o marido, mais uma dona de casa e mãe do que uma companheira com os mesmos direitos. De acordo com a tradição, o homem deve alimentar a família, sustentá-la e traçar o seu destino. No dia a dia, que por si só já é marcado pela pobreza, o homem já não consegue desempenhar este papel sozinho. E isso leva a que, muitas vezes, ele descarregue a sua frustração nos mais frágeis.
Apesar de a violência doméstica ser cada vez mais tema de debate e alvo de muitas críticas, é difícil lutar contra velhos costumes. Pior ainda: segundo estas tradições, a culpa dos conflitos é normalmente das mulheres. E isso pode levar a que o resto da família se vire contra elas.
Muitas das mulheres que procuram refúgio na "Beit Hawa", nos arredores da capital egípcia Cairo, viveram situações que as traumatizaram. Daí que, quando estas se refugiam lá, seja possível que ninguém da sua família saiba onde se encontram: a casa de abrigo para mulheres não dá a morada pelo telefone. Na Beit Hawa, as vítimas obtêm apoio psicológico e financeiro e têm orientadoras que as ajudam a procurar soluções para os seus casos.
Desde a sua abertura em 2006, a "Beit Hawa" já teve de fechar uma vez por seis meses devido à falta de dinheiro. Para mulheres que procuram ajuda urgente é uma tragédia.
Uma reportagem de Jürgen Stryjak, apresentado por Marta Barroso.
Autores: Jürgen Stryjak/Marta Barroso
Edição: Johannes Beck