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Bielorrússia: Comunidade internacional pede investigação

Lusa | tms
18 de agosto de 2020

Milhares de manifestantes voltaram às ruas da capital, pelo nono dia consecutivo, para pedir a renúncia do Presidente. De fora chegam apelos para uma investigação sobre a alegada fraude eleitoral e violência policial.

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Minsk Opposition Anti Lukaschenko Proteste
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Lovetsky

A manifestação desta segunda-feira (17.08) contou com a participação de trabalhadores de fábricas que entraram em greve como forma de protesto.

Os manifestantes marcharam em direção a centros de detenção, exigindo a libertação de líderes da oposição e manifestantes detidos durante os protestos contra os resultados das presidenciais de 9 de agosto, na qual o Presidente Alexander Lukashenko foi reeleito com 80% dos votos, segundo a comissão eleitoral do país.

Um dos manifestantes mostra-se convicto: "Se recuarmos agora, então esta situação no país continuará, será a mesma no futuro. Devemos viver num país livre e não ter medo de nada”.

Já outro entende que "se houver repressão brutal aos protestos, isso vai inflamar ainda mais a resistência do povo da Bielorrússia".

A repressão policial contra os manifestantes e alegações de tortura parecem ter virado contra o Presidente até a sua base de apoio nas indústiras estatais. Num vídeo amplamente partilhado nas redes sociais, trabalhaodres de uma fábrica em Minsk vaiaram Alexander Lukashenko no momento em que o chefe de Estado fazia uma visita ao local.

Weißrussland Minsk | Alexander Lukaschenko im Gespräch mit der Presse nach Stimmabgabe
Alexander Lukaschenko, Presidente da BielorrússiaFoto: picture-alliance/dpa/A. Pokumeiko

O Presidente voltou a afirmar que não deixaria o cargo, mas admitiu que estaria disposto a entregar o poder após um referendo constitucional.

Mediação?

Entretanto, a comunidade internacional acompanha com preocupação a situação na Bielorrússia. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) propôs esta segunda-feira (17.08) uma mediação ao Governo, depois de expressar preocupação face à "conduta da eleição presidencial” no país, bem como sobre o "uso desproporcional da força contra manifestantes pacíficos, detenções generalizadas e suposta tortura e maus-tratos por parte das forças de segurança".

A Ogranização das Nações Unidas apelou ao Governo da Bielorrússia que proteja o direito à manifestação dos seus cidadãos.

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, defendeu que "as autoridades devem mostrar moderação ao responder às manifestações. As alegações de tortura e outros maus-tratos a pessoas detidas devem ser investigadas minuciosamente".

E Dujarric passa a mensagem: "O secretário-geral apela a todos os bielorrussos para que tratem das queixas pós-eleitorais através do diálogo para preservar a paz no país”.

"Investigação exaustiva e transparente"

Minsk Lukaschenko Auftritt vor Fabrikarbeitern
Lukaschenko de visita a uma fábricaFoto: Getty Images/N. Petrov

Os líderes da União Europeia devem realizar uma cimeira de emergência na quarta-feira (19.08) para discutir as tensões sociais e políticas na Bielorrúsia.

Alemanha, que exerce atualmente a presidência do bloco europeu, ameaçou esta segunda-feira (17.08) ampliar as sanções europeias impostas a responsáveis do país, depois da violência contra manifestantes que exigem o afastamento de Alexander Lukashenko.

Já o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, exigiu uma "investigação exaustiva e transparente" sobre alegados abusos contra bielorrussos que se têm manifestado de forma expressiva para contestar o resultado das eleições presidenciais.  

Por seu turno, o Presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o seu país está a acompanhar os acontecimentos em Minsk "muito de perto", descrevendo-os como uma "situação terrível". No entanto, a Rússia, aliado mais poderoso de Lukashenko, disse que está pronta para intervir, se necessário.

 

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