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PolíticaEstados Unidos

Blinken reúne-se com Ramaphosa para "reforçar laços"

Lusa | AFP
9 de agosto de 2022

De visita a África, o secretário de Estado dos EUA procurou "reforçar laços duradouros" com a África do Sul durante um encontro com o PR Cyril Ramaphosa. Após a reunião em Pretória, Antony Blinken viajou para a RDC.

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Antony Blinken (esq.) durante encontro com o Presidente da África do Sul, Cyril RamaphosaFoto: Andrew Harnik/AP/picture alliance

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reuniu-se esta terça-feia (09.08) em Pretória com o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, antes de seguir para a República Democrática do Congo, onde prossegue a sua visita a três países africanos.

A reunião tinha como objetivos "reforçar os laços duradouros" entre os dois países e "promover prioridades globais compartilhadas por meio do Diálogo Estratégico Estados Unidos-África do Sul", escreveu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Pryce, em comunicado. 

No encontro, acrescentou o porta-voz, Blinken notou que "a África do Sul - como uma voz global líder, uma forte democracia constitucional, um membro do G-20 e um líder científico, cultural e tecnológico - é essencial para o progresso global na Covid-19, clima, saúde global, democracia e segurança regional".  

Südafrika Präsident Cyril Ramaphosa und Blinken
Foto: Andrew Harnik/AFP

Segundo a agência Associated Press, a reunião, em que participou a chefe da diplomacia sul-africana, Naledi Pandor, foi breve e cordial, mas não disfarçou as diferenças entre Washington e Pretória no que concerne à guerra entre a Rússia e a Ucrânia. 

 A África do Sul tem-se mantido neutral e rejeitou sempre ceder aos apelos ocidentais para que condenasse Moscovo pela invasão da Ucrânia ou pela sua conduta no conflito, enquanto os Estados Unidos impuseram duras sanções à Rússia e têm apoiado Kiev. 

 Na África do Sul, Blinken também assinalou hoje o Dia da Mulher, que é feriado no país para recordar o dia, em 1956, em que mulheres de todas as raças marcharam na capital sul-africana para protestar contra o regime do 'apartheid', que oprimia a maioria negra e só terminou em 1994. 

Blinken chegou à República Democrática do Congo esta terça-feira

 O chefe da diplomacia norte-americana viajou depois para a República Democrática do Congo (RDC), a segunda parte de uma viagem que o levará ainda ao Ruanda. 

A visita de um dia deverá centrar-se num conflito no leste do país que tem provocado tensões com o Ruanda.  O secretário de Estado norte-americano e o Presidente Felix Tshisekedi terão uma reunião "um-a-um" no palácio presidencial à noite, disse o gabinete do Presidente numa declaração. 

U.S. Secretary of State Antony Blinken in Kongo
Receção de Antony Blinken na República Democrática do CongoFoto: REUTERS

A República Democrática do Congo está à procura de apoio internacional enquanto se confronta com o vizinho Ruanda por causa de um grupo armado, o M23, no Oriente profundamente conturbado do país. O país acusa o Ruanda de apoiar os rebeldes - uma afirmação repetidamente negada por Kigali. que Blinken visitará imediatamente após a sua estadia de um dia em Kinshasa.

A nova estratégia norte-americana

Na segunda-feira (08.08), Blinken lançou na África do Sul a nova estratégia norte-americana para as relações com os países da África subsaariana. 

Num discurso em Pretória, o secretário de Estado explicou que a estratégia se baseia no reconhecimento dos países da África subsaariana como parceiros iguais e enfatizou o papel da região como "uma grande força política". 

"O que nós procuramos antes de mais nada é uma verdadeira parceria entre os Estados Unidos e África. Não queremos uma relação desequilibrada ou transacional", disse Blinken, numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga sul-africana, na segunda-feira. 

U.S. Secretary of State Antony Blinken in Kongo
Reunião de Antony Blinken com o Presidente da congolês, Felix Tshisekedi, esta terça-feira (09.08)Foto: REUTERS

"Os EUA não ditarão as escolhas de África e mais ninguém deve fazê-lo", disse mais tarde num discurso na Universidade de Pretória, acrescentando: "O direito de fazer estas escolhas pertence aos africanos apenas". 

A nova estratégia, que reconhece a importância demográfica crescente de África, o seu peso na Organização das Nações Unidas (ONU) e os seus imensos recursos naturais, surge num momento em que a insistência de Washington na luta militar contra os grupos extremistas em África tem sido alvo de críticas. 

A visita de Blinken a África, semanas após a viagem do seu homólogo russo, Serguey Lavrov, ao continente, é vista por muitos especialistas como uma tentativa de aproximar a diplomacia sul-africana do campo ocidental e contrariar a influência russa no continente. 

As organizações não-governamentais têm apelado a Blinken para que  use a sua visita a África para promover eleições livres e justas, respeito pelos direitos humanos e esforços anti-corrupção. 

      

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