Boris Pistorius será o novo ministro da Defesa da Alemanha
17 de janeiro de 2023Boris Pistorius, de 62 anos de idade, foi nomeado pelo chanceler alemão como novo ministro da Defesa.
O chanceler Olaf Scholz disse que Pistorius é a "pessoa certa" para liderar o Ministério da Defesa numa altura em que o Exército alemão enfrenta um processo de reforma e o Governo em Berlim está a ser pressionado para fornecer mais apoio à Ucrânia.
"Pistorius é um político altamente experiente, com experiência administrativa, que lida há muitos anos com política de segurança", sublinhou Scholz.
Quem é o novo ministro?
Boris Pistorius licenciou-se em Direito e pertence ao partido do chanceler alemão, o Partido Social-Democrata (SPD). Desde 2013, desempenhou as funções de ministro do Interior da Baixa Saxónia, onde ficou conhecido pelo combate ao extremismo e reforma da polícia.
À espera do novo ministro da Defesa está agora a reforma das Forças Armadas alemãs, a Bundeswehr. O Governo criou um fundo especial de 100 mil milhões de euros para apetrechar e modernizar o Exército.
Pistorius chega também ao Ministério numa altura em que aumenta a pressão da Ucrânia sobre os parceiros para o envio de mais armas pesadas.
Aumenta a pressão da Ucrânia
No domingo (15.01), a fabricante de armas alemã Rheinmetall disse, em declarações ao jornal Bild, que, no mínimo, só conseguirá acabar a reparação e enviar tanques Leopard 2 para a Ucrânia em 2024. Mas os líderes da Finlândia, Lituânia e Polónia pedem à Alemanha que autorize o envio de tanques Leopard já disponíveis. A Polónia, por exemplo, ofereceu-se para enviar 14 tanques deste tipo, mas precisa da "luz verde" de Berlim.
"Estamos a tentar organizar um apoio maior para a Ucrânia", referiu o Presidente polaco Andrzej Duda. "Esperamos que o produtor destes tanques, a Alemanha, possa participar neste esforço."
A anterior ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, foi criticada no início de 2022 por anunciar o envio de 5.000 capacetes para o Exército ucraniano numa altura em que Kiev pedia armas para travar a invasão russa. Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, o Governo alemão tem sido criticado por um aparente retraimento na ajuda militar à Ucrânia e, durante a passagem de ano, Lambrecht publicou um vídeo nas redes sociais em que destacava o ano difícil de guerra enquanto, ao fundo, se via e ouvia o lançamento de fogo de artifício.
"Há uma guerra no seio da Europa", disse Lambrecht no vídeo, "e em conexão com isso tive uma série de experiências especiais, muitos encontros com pessoas fabulosas e interessantes".
O vídeo foi ridicularizado dentro e fora das redes sociais e altamente criticado pela oposição alemã, algo que levou ao afastamento da ministra na segunda-feira (16.01).