Brasil apoia construção civil em Moçambique
27 de novembro de 2012
O défice na construção civil é uma das maiores limitações em Moçambique, país africano com pouco mais de 20 milhões de habitantes. No entanto, um projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, na região sul do Brasil, pretende ajudar nesta tarefa.
Em Namialo, na província de Nampula, região norte de Moçambique, será construído um Centro Tecnológico. "O governo de Moçambique escolheu esta localidade para construir um centro tecnológico que vai ter varios papéis", adianta o coordenador do projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Carlos Tôrres Formoso.
Construção de 2 laboratórios é o primeiro passo
"Um deles é ter uma capacitação técnica na região", especifica o professor, explicando que esta "pode ser utilizada para desenvolver novas tecnologias e, eventualmente, avaliar algumas tecnologias que são trazidas de fora". Isto, justifica, "já que Moçambique é um país que tem uma indústria de materiais muito pouco desenvolvida". "Vão ser construídos 2 laboratórios de tecnologia de materiais de construção", conclui.
Entre estes materiais estão blocos e tijolos cerâmicos, telhas com fibras vegetais e solo-cimento. No local também será construída uma incubadora para a instalação de microempresas. O Centro Tecnológico de Namialo, depois de concluído, irá gerar uma oferta de materiais de construção na região norte de Moçambique. O local terá espaço para treinamento e formação de técnicos em gestão empresarial, além de um espaço para exposições.
O projeto - que tem como parceiros por Moçambique o Ministério de Negócios Estrangeiros e Cooperação e o Ministério de Obras Públicas e Habitação (MOPH) - foi entregue ao governo moçambicano em maio deste ano e deve entrar na previsão orçamental em 2013. A partir daí, iniciarão as obras.
Criação de mestrado para formar "massa crítica"
Outra novidade anunciada pelo professor da Faculdade de Engenharia da UFRGS, Carlos Tôrres Formoso, é a criação do curso de mestrado, em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane, uma das maiores instituições de ensino de Moçambique. "Um mestrado do Brasil, oferecido em Moçambique", clarifica o coordenador do projecto, acrescentando que "o diploma, inclusivé, é da universidade, da Escola de Engenharia".
O mestrado, de acordo com Formoso, "tem uma professora de Arquitectura, um professor de Engenharia de Produção e os outros são de Engenharia Civil" e pretende "criar uma massa crítica de pessoas que vão poder levar adiante o desenvolvimento tecnológico de Moçambique".
"Serão formados 25 mestres: alguns, professores da Universidade Eduardo Mondlane e outros técnicos do Ministério", explica ainda Carlos Tôrres Formoso.
A parceria entre o Brasil e Moçambique faz parte de um programa de intercâmbio do governo brasileiro, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
Autor: Luciano Nagel(Porto Alegre)
Edição: Maria João Pinto/ António Rocha