Cabo Delgado: Ataque impede 3.400 alunos de realizar exames
17 de novembro de 2022Os ataque armados em Cabo Delgado impediram 3.400 alunos de realizar este mês os exames nacionais na província, de acordo com dados oficiais.
"Houve alunos, na segunda-feira, que fizeram exames no período da manhã, mas de tarde houve um ataque nas proximidades da escola e dispersaram-se juntamente com os professores. E não fizeram os exames do dia seguinte", referiu Feliciano Mahalambe, porta-voz do Ministério de Educação, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Este caso mais recente serve para ilustrar o que se tem passado na região.
De acordo com aquele responsável, a situação afetou alunos do sexto e sétimo ano em 38 escolas de cinco distritos: Namuno, Balama, Montepuez, Muidumbe e Ancuabe.
As incursões de rebeldes colocaram em fuga 216 professores que até agora ainda não foram localizados, acrescentou.
Segundo Feliciano Mahalambe, estão previstas ações de apoio psicológico e estuda-se a realização de exames especiais.
"Sempre que ocorre esta situação o nosso apelo é que as crianças devem apresentar-se nas novas escolas das zonas seguras para continuarem a estudar", concluiu.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.