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População de cinco aldeias foge com receio de terroristas

Lusa
13 de novembro de 2023

Populações de pelo menos cinco aldeias de Cabo Delgado abandonaram as casas desde sexta-feira devido à circulação de grupos terroristas nas proximidades, relata a agência Lusa.

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Imagem de arquivo
Imagem de arquivoFoto: Marco Longari/AFP/Getty Images

A fuga das populações, que prosseguiu no sábado (11.11), deu-se nas aldeias de Novo Cabo Delgado, Litandacua e Chitoio, posto administrativo de Chai, no distrito de Macomia, e nas aldeias de Mandela e Mapate, no distrito de Muidumbe, disseram fontes locais à agência de notícias Lusa.

"Neste momento, a minha esposa encontra-se no posto administrativo de Chai, fugiu de Litandacua, porque os terroristas estão lá a passear à vontade e ela está doente", lamentou um homem, de 77 anos, em declarações à Lusa a partir da sede distrital de Macomia.

Acrescentou que nos campos de produção da comunidade de Muagamula, a cinco quilómetros da sede do distrito de Macomia, foi encontrado no sábado o cadáver de um rapaz, com sinais de violência, enquanto os residentes suspeitam que a morte tenha resultado da ação dos terroristas.

"Até agora não foram achados os parentes do menor", acrescentou.

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A população que fugiu de Novo Cabo Delgado, Litandacua e Chitoio foi acolhida pelas Forças Armadas do Ruanda, que têm uma base em Chai, enquanto aguardam pela comunicação das autoridades sobre o regresso às suas comunidades.

"Estão em Chai, incluindo a minha esposa e as Forças de Defesa do Ruanda estão a protegê-los", concluiu o idoso.

"São muitos terroristas e não sabemos o destino"

As populações que fugiram de Mandela e Mapate, em Muidumbe, encontram-se acolhidas nas aldeias de Muambula, Muatide e Matambale, na zona considerada segura.

"Fugimos de Mandela e Mapate não porque alguém morreu, mas não nos é seguro continuar, são muitos terroristas e não sabemos o destino", lamentou uma fonte a partir de Matambalale.

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Um membro da Força Local, numa das posições de Muidumbe, confirmou à Lusa a deslocação das populações e disse que há um trabalho em curso para averiguar o nível da segurança nas zonas abandonadas.

"Estamos a trabalhar com os nossos colegas militares para apurarmos a veracidade e testarmos o nível da segurança nos locais abandonados", disse.

Uma fonte de Mandela lamentou à Lusa que as populações retornadas já estavam empenhadas na produção e criação de projetos de rendimento, mas a presença dos rebeldes pode deitar a cultura a perder, nomeadamente de gergelim.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

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