Cabo Delgado: Missão da SADC "no encalço" dos insurgentes
13 de setembro de 2022O chefe interino da Missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM) garante que os militares por si comandados não vão parar de perseguir os insurgentes no norte do país.
Na semana passada, o Presidente Filipe Nyusi confirmou uma nova onda de ataques, não só na província de Cabo Delgado como também na província de Nampula.
Em conferência de imprensa nesta segunda-feira (12.09), em Cabo Delgado, o major general X Mankaya reconheceu que os terroristas continuam a fazer vítimas, mas prometeu: "Podem estar tranquilos que nós estamos no encalço deles e iremos neutralizá-los".
"Tal como é do vosso conhecimento, eles recorrem à guerra de guerrilha, que é assimétrica à guerra convencional. De tempos em tempos, eles vão perpetrar essas ações", explicou o major general.
Melhoria da situação de segurança
A missão da SADC, que apoia Moçambique no combate ao terrorismo há mais de um ano, apresentou os resultados preliminares do programa de apoio aos esforços de edificação da paz.
Em geral, a SAMIM nota uma melhoria da situação de segurança em Cabo Delgado, particularmente nos distritos onde a força regional está destacada.
Para o major general X Mankaya, o retorno da população para as zonas de origem, anteriormente abandonadas devido ao clima de terror, é prova dos sucessos alcançados no combate ao terrorismo.
"[Os deslocados internos] retornam às suas zonas de origem para retomarem a sua vida normal, sob forma de atividades económicas. A nossa missão tem dinamizado também a intervenção humanitária, permitindo que os assistentes humanitários cheguem às áreas onde anteriormente não tinham acesso", acrescentou o chefe interino da SAMIM.
As autoridades estimam que, só a Mocímboa da Praia, tenham regressado pelo menos nove mil pessoas.
Governo aplaude ajuda
O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, aplaude a ajuda.
"Ontem, tínhamos a nossa população a sair de determinados pontos dos distritos do norte e centro em busca de segurança, movimentando-se desses distritos para terem acolhimento e segurança. Hoje, o movimento é diferente. Com a presença da SAMIM, das nossas forças de Defesa e Segurança, das forças congéneres do Ruanda e da nossa força local, nota-se um movimento gradual de regresso da nossa população", recordou Tauabo.
A Organização Internacional das Migrações estima que mais de 800 mil pessoas fugiram devido aos ataques terroristas. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alerta que os retornos devem ser "seguros, voluntários e baseados em decisões informadas".