Cabo Verde: Carlos Veiga admite candidatura à Presidência
8 de fevereiro de 2020O antigo primeiro-ministro cabo-verdiano Carlos Veiga admitiu poder vir a repetir a sua candidatura à Presidência da República, em 2021, mas apostando na "ligação estratégica" com os emigrantes.
"Eu penso que hoje conheço muito mais [a diáspora] e estaria em posição de advogar para soluções para uma comunidade que já está muito ligada a Cabo Verde, mas que precisa de estar ligada estrategicamente", afirmou Carlos Veiga, que cessou, recentemente, as funções de embaixador nos Estados Unidos.
Candidato em 2001, em que teve 49,95% dos votos e em 2006, quando obteve 49,02%, Carlos Veiga perdeu as duas eleições presidenciais contra Pedro Pires, com dados a mostrarem que o círculo eleitoral de estrangeiro marcou uma importante diferença, a favor do antigo Presidente.
Segundo Carlos Veiga, "Cabo Verde tem muita gente com capacidade para ser Presidente da República, é normal que haja candidatos e eu respeito todos. (...) Não quero ser o único candidato, quero que haja outros candidatos e o povo que decida".
O cabo-verdiano explicou que nos últimos três anos, a fortalecer as relações com os Estados Unidos, passou a "conhecer muito melhor" a comunidade de emigrantes e "estar muito mais consciente dos problemas que essa comunidade tem, mas também aquilo que é necessário fazer para aproveitar o potencial".
"Penso que adquiri esse conhecimento e isso vai poder ajudar a estabelecer as minhas ideias e a fazer as minhas propostas", afirmou.
Já aposentado, Carlos Veiga admitiu que tem "muito a dar ao país" e que está "bem de saúde", mas a decisão "ainda está em suspenso".
O advogado considerou que "é normal" que se criem expectativas sobre a sua possível candidatura: "Há muita gente em Cabo Verde que pensa que sim e eu digo que não rejeito a hipótese. Considero que posso ainda dar a Cabo Verde muito do que o país me deu", afirmou.
Carlos Veiga não referiu uma data para tomar uma decisão sobre uma terceira candidatura a Presidente da República, porque considera que "ainda falta muito tempo", mas referiu ainda a sua "capacidade de ver os problemas e de ajudar a encontrar soluções" para chegar a esse cargo.