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SociedadeCabo Verde

Cabo Verde: Marcha contesta a violência contra as mulheres

Ariana Miranda
8 de julho de 2023

Centenas de pessoas marcharam neste sábado (08.07), na cidade de Assomada, no município de Santa Catarina, ilha de Santiago, apelando ao fim da violência contra as mulheres e feminicídio.

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Anti-violence against women protest in Cabo Verde
Foto: Ariana Miranda/DW

A marcha sob o lema "Fim da violência contra as mulheres! Basta de feminicídio!", que percorreu este sábado (08.07), as principais artérias da cidade de Assomada, contou com a presença da Primeira Dama, Débora Carvalho, deputados nacionais, representantes de várias instituições e sociedade civil.

A iniciativa partiu da câmara municipal de Santa Catarina como forma pacífica de protestar os recorrentes casos de crimes de violência contra mulheres.

Direito à vida não tem género nem sexo

À margem da manifestação, a primeira Dama, Débora Carvalho, defendeu que é necessário um trabalho profundo para gerar a mudança de mentalidades e comportamentos que deve começar na família.

"Esta luta não tem género, não tem idade, é necessário o envolvimento de todos os atores sociais", afirmou a também ativista.

Anti-violence against women protest in Cabo Verde
Mulheres e homens apelam a igualdade em Cabo VerdeFoto: Ariana Miranda/DW

A presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Jassira Monteiro, que convocou a marcha, mostrou-se satisfeita com o nível de adesão e reconheceu que é necessário dar atenção especial ao interior de Santiago.

"Todos nós temos direito à vida, ninguém pode privar o outro deste direito fundamental", afirmou a autarca.

Segundo os dados avançados pela presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do género, Marisa Carvalho, nos últimos dois meses houve o aumento de casos. Só na ilha de Santiago, contam-se quatro casos de violência contra as mulheres com desfecho trágico, que estão a ser investigados como feminicídio.

"O que nos tem preocupado são os recentes casos de feminicídio seguidos de suicídio dos agressores", começou por dizer.

Marisa Carvalho realça ainda a necessidade de "investigar a fundo as motivações e fazer um trabalho de prevenção", alertando ainda que os "recursos do instituto são escassos."

Anti-violence against women protest in Cabo Verde
Manifestantes prestam homenagem a vítima de violência domésticaFoto: Ariana Miranda/DW

Uma luta das mulheres e dos homens

Na marcha também estiveram presentes homens, que mostraram que são parte importante nesta luta e que o exemplo deve começar em casa.

Os presentes percorreram alguns bairros da cidade de Assomada, no interior de Santa Catarina. Pausaram em frente ao mercado municipal, em homenagem a Sandra Semedo, jovem comerciante de 36 anos, também vítima de feminicídio, que faleceu na passada terça-feira (04.07), após alegadamente ter sido empurrada pelo companheiro do terraço da sua casa.

Uma delegação esteve a representar o Presidente da República que por questões de agenda não pode comparecer ao convite da organização.