CEDEAO vai enviar força para apoiar Guiné-Bissau
4 de fevereiro de 2022A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) vai enviar uma força para apoiar a estabilização na Guiné-Bissau, palco de um ataque à sede do Governo, anunciou, esta quinta-feira (03.02), em comunicado, a organização sub-regional.
A decisão foi tomada na cimeira dos chefes de Estado e de Governo realizada em Acra, capital do Gana, para analisar a situação de golpes militares na região, e na qual a organização decidiu não sancionar o Burkina Faso, palco de um golpe de Estado recentemente que derrubou do poder o Presidente Roch Kaboré.
"A organização condenou firmemente a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau e manifestou solidariedade ao Presidente, Umaro Sissoco Embaló e ao povo da Guiné-Bissau. Perante estes desenvolvimentos recentes, a CEDEAO decide enviar uma força com vista a apoiar a estabilização do país", lê-se no comunicado final da cimeira, sem avançar mais detalhes.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, foi quem representou o país na cimeira dos chefes de Estado e de Governo.
Homens armados atacaram na terça-feira o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.
Seguiram-se dias de mensagens de repúdio a este ataque, que deixou 11 mortos, e que deixa também algumas perguntas sem resposta.
Em entrevista exclusiva à DW África, o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, diz que não está convencido com as explicações "simplistas" do Presidente da República sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, e exige um "inquérito sério" para se apurar o que aconteceu
Por sua vez, o Presidente Umaro Sissoco Embaló garante que o caso está a ser investigado e critica os que dizem que o golpe foi "teatro".