Centenas de jovens em marcha pela paz em Chimoio
5 de abril de 2016As principais artérias da capital da província de Manica, Chimoio, ficaram cheias. Os manifestantes percorreram diversas ruas da cidade, vestidos de branco, cantando e tocando batucadas enquanto empunhavam cartazes e bandeirolas com palavras de ordem: “Não à guerra”, “Chega de mortes” e “ Queremos a paz em Moçambique”.
A marcha foi liderada pelo presidente do Conselho Nacional da Juventude, Manuel Formiga, que na ocasião se demonstrou preocupado com os confrontos armados nomeadamente na estrada número 7 (N7). Formiga mostrou-se também indignado e afirmou que os deputados da RENAMO estão presentes na Assembleia da República durante o dia mas que quando anoitece vão para as matas.
“Queremos com isso disseminar a mensagem da juventude e assumir um papel preponderante na preservação da paz e unidade nacional. Sabemos que neste momento vivemos em partes do país com um clima de tensão político-militar e convidamos toda a juventude a repudiar essas ondas de promoção de instabilidade. Em forma de marcha fomos juntando as nossas vozes aos demais moçambicanos dizendo não à guerra, e sim à paz”, afirmou o presidente do Conselho Nacional da Juventude.
"Diálogo é o único caminho"
“Fomos passando a mensagem de defesa do diálogo como o único caminho para ultrapassar toda e qualquer diferença, de tal forma que neste momento, não vemos razões para que haja efetivamente um clima de guerra armada. Houve já uma abertura por parte do presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, ao formular o convite ao líder da RENAMO para dialogar. Já faz muito tempo e nós como juventude, estamos na expetativa que o convite seja aceite e que efetivamente se deixe a via armada", explica Manuel Formiga.
A RENAMO ainda não começou a governar as seis províncias moçambicanas onde diz ter obtido a maioria nas eleições de outubro de 2014, embora tivesse já prometido que o iria fazer até ao final de março do presente ano.
RENAMO: "Isso não resulta em nada"
O Delegado Provincial da RENAMO em Manica, Sofrimento Maticanha considerou a marcha como sendo uma canção de rua: "Isso não resulta em nada. São exigências da rua. A solução tem de ser quando os dois líderes se sentarem para dialogar".
A RENAMO ainda não começou a governar as seis províncias moçambicanas onde diz ter obtido a maioria nas eleições de outubro de 2014, embora tivesse já prometido que o iria fazer até ao final de março do presente ano.
A situação em Moçambique continua instável e apesar dos confrontos armados constantes, não foi assumida guerra, oficialmente, no país.