Charles Taylor falha julgamento

A procuradoria considera que o antigo presidente liberiano deve ser declarado culpado em todos os 11 pontos da acusação. De acordo com a procuradora, Brenda Hollis, Taylor alimentou a sangrenta guerra civil no país vizinho, a Serra Leoa, em troca de diamantes.

Para a procuradora Brenda Hollis "Charles Taylor é um manipulador inteligente e carismático. [E] as suas forças levaram a cabo estes crimes contra vítimas indefesas na Serra Leoa". A procuradora chega mesmo a citar o lema de Taylor: "os civis não têm sangue."

Longo processo

O processo decorre há já três anos e esta quarta-feira, o advogado do antigo presidente da Libéria – o britânico Courtenay Griffiths - deveria ter apresentado as suas alegações finais. Mas, não compareceu perante o tribunal especial na cidade holandesa de Leidschendam, que julga os crimes contra a humanidade cometidos na Serra Leoa quando Taylor era presidente da vizinha Libéria.

As pessoas foram torturadas com queimaduras, as raparigas utilizadas como escravas sexuais, os rapazes recrutados à força como soldados.

Estima-se que até 2011, na guerra civil na Serra Leoa, tenham sido mortas entre 120 mil e 250 mil pessoas.

"Mentiras" diz defesa de Charles Taylor

Charles Taylor, classificou as acusações como uma "colecção de mentiras diabólicas". Mas, segundo Brenda Hollis, "o senhor Taylor é, de facto, culpado. E isso pode ser provado sem margem para dúvidas".

Na terça-feira (08.02.11), pouco antes das alegações finais da acusação, o advogado de Taylor, provocou um escândalo e saiu da sala do tribunal, furioso, porque o tribunal não aceitou um resumo escrito da sua argumentação.

Na quarta-feira (09.02.11), o advogado de Charles Taylor assim como o próprio acusado não compareceu em tribunal. O processo foi adiado para sexta-feira (11.02.11) e a sentença é aguardada para meados deste ano.

Autor: Guilherme Correia da Silva/ Carla Fernandes
Revisor: Helena Ferro de Gouveia