32 países europeus isentos de visto em Cabo Verde
21 de dezembro de 2018Os cidadãos de 32 países europeus estarão isentos de visto de curta duração para entrar em Cabo Verde, uma medida várias vezes adiada, e que começa a vigorar a partir de 01 de janeiro, anunciou esta sexta-feira (21.12.) o Governo do arquipélago.
A lista de países europeus cujos cidadãos estarão isentos de visto de estada até o máximo de 30 dias em Cabo Verde foi aprovada na quinta-feira, em Conselho de Ministros, e anunciada em conferência de imprensa pelo ministro Fernando Elísio Freire.Segundo o porta-voz da reunião governamental, a lista incluiu todos os ainda 28 países que fazem parte da União Europeia - o Reino Unido está em processo de saída - mais outros quatro que não fazem parte da União, nomeadamente Suíça, Noruega, Islândia e Lichtenstein.
O ministro adiantou que a intenção do Governo é alargar a isenção de vistos de entrada no país ao Mónaco, São Marino e Andorra.
Aumentar competitividade no turismo
Com a medida, o Governo cabo-verdiano pretende aumentar a competitividade no setor do turismo e duplicar o número de turistas que visitam o país, que é de cerca de 700 mil por ano.
O turismo é o setor que mais contribuiu para o Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, com cerca de 20%, e a Europa é o continente de proveniência de mais de 80% dos turistas que vistam o país africano.
A isenção de vistos de entrada em Cabo Verde para cidadãos europeus foi anunciada em abril do ano passado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, para vigorar a partir de maio do mesmo ano.
Registo prévio dos visitantes
Entretanto, foi várias vezes adiada, uma delas a pedido dos operadores turísticos e também porque teria de ser criada uma plataforma informática para permitir o registo prévio dos visitantes que se deslocam a Cabo Verde.
Fernando Elísio Freire garantiu que todas as condições já estão criadas, em articulação com os operadores turísticos, e que a intenção do Governo "é real".
"Estamos a fazê-lo com toda a convicção porque acreditamos que é o melhor para o turismo do nosso país, para a segurança do nosso país, para a afirmação de Cabo Verde na sua região e para a nossa competitividade", salientou, indicando que o Governo está a fazer investimentos em várias áreas, permitindo que os turistas possam circular de forma mais rápida e mais segura.
Medida polémicaO anúncio da medida suscitou polémica e a oposição de vários quadrantes, por não prever a reciprocidade de isenção de vistos para a entrada de cidadãos cabo-verdianos na União Europeia e pela potencial perda de receitas que irá representar para o país.
O ministro garantiu que não haverá nenhuma perda fiscal por parte de Cabo Verde com a isenção de vistos, prevendo, sim, um aumento de turistas no país e recursos para investir na segurança, melhoria dos aeroportos e qualificação do turismo.
O ministro lembrou ainda que Governo criou uma taxa de segurança aeroportuária, que deverá entrar em vigor a 01 de janeiro, mas que não será paga pelos cabo-verdianos e pelos cidadãos naturais de Cabo Verde e pelos cidadãos estrangeiros que residem no país.
Segundo os resultados de um estudo da Afrosondagem, mais de metade da população cabo-verdiana (55%) desaprova a isenção de visto ao europeus, enquanto 31% aprovam a medida e 10% não declararam uma posição formada por falta de informações precisas sobre o assunto.