Coligação de Merkel escolhe candidato a chanceler
20 de abril de 2021Desde meados de janeiro, o governador do estado da Renânia do Norte-Vestefália, Armin Laschet, lidera a União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler federal Angela Merkel. O político de 60 anos tem agora o desafio de disputar a chancelaria pelo campo conservador nas eleições legislativas de setembro.
Foram 10 dias de intensa disputa com Markus Söder, da União Social-Cristã da Baviera (CSU), que decidiu retirar a sua candidatura esta terça-feira (20.04). O comité executivo federal dos democratas-cristãos votou a favor de Laschet com maioria de 77,5 %. Sondagens, no entanto, previam muito menos apoio a Laschet do que a Söder.
Representando uma "CDU centrista", nos últimos dias, o candidato da coalizão conservadora foi reconhecido pelo espírito de luta. Procurou conversar e esclarecer seus posicionamentos, tanto ao oponente Markus Söder como aos outros correligionários da CDU.
Parceiro de confiança
Quando o congresso da CDU elegeu Laschet como líder do partido, em janeiro de 2021, muitos viram-no como uma garantia de sequência ao legado de Merkel. Laschet, um dos cinco vice-presidentes federais da CDU desde 2012, tem sido sempre um parceiro de confiança das presidentes do partido - Angela Merkel (até 2018) e Annegret Kramp-Karrenbauer (2018-2020).
Faltando cinco meses para as eleições, os Verdes já escolheram a sua candidata à chancelaria, Annalena Baerbock, de 40 anos. O SPD também já tem o seu candidato à chancelaria, Olaf Scholz.
Depois de se afirmar contra Söder, Laschet deverá trabalhar para unir os conservadores e fortalecer a coalizão. Para conseguir isto, terá de buscar uma forma de envolver a CSU em torno do seu nome. Nas últimas semanas, os conservadores bávaros defenderam ao extremo o nome de Söder na coalizão, numa campanha em que todos os elogios a Söder soavam como críticas a Laschet.
O que esperar de Laschet
Tendo crescido na região de fronteira com a Bélgica e licenciado-se em Direito, Armin Laschet foi membro da Câmara Municipal de Aachen, do Parlamento da Alemanha (Bundestag), do Parlamento Europeu e do Legislativo do Estado da Renânia do Norte-Vestefália.
O governador da Renânia do Norte-Vestfália é advoga pelas relações culturais franco-alemãs, mantendo contatos com lideranças políticas em Paris.
Sobre as relações transatlânticas, Laschet - que passou alguns dias nos Estados Unidos em 2019 - tem certamente algum trabalho de recuperação a fazer. "Armin Laschet é um político que traz consigo todos os pré-requisitos para ter os mais altos cargos do partido e do estado, mesmo a nível nacional", tem sido dito há muitas semanas na página inicial da Fundação Konrad Adenauer, vinculada à CDU.
Laschet terá de convencer os eleitores disto. "Um Governador que administra com sucesso um estado de 18 milhões de pessoas também pode ser chanceler", ele gosta de afirmar.