Combustíveis em rutura no centro de Moçambique
7 de fevereiro de 2017Segundo um comunicado da Importadora Moçambicana de Petróleos (Imopetro) distribuído à imprensa "o abastecimento da gasolina está a normalizar-se na zona centro com a descarga do produto na Beira [província de Sofala], no passado dia 4 de fevereiro, e para a zona norte do país, a situação será normalizada" a partir desta terça-feira (07.02), com a descarga de gasolina prevista no porto de Nacala.
Desde finais de janeiro, as províncias de Maputo, Sofala e Nampula, principalmente, têm sido afetadas pela escassez de combustível, problema que se faz sentir ainda em Tete e na Zambézia. O Governo justifica a situação com "problemas logísticos no transporte", após várias especulações associando o problema à falta de fundos.
Ainda esta segunda-feira (06.02), longas filas de automóveis podiam ser vistas na única bomba que em Chimoio, capital da província de Manica, tinha ainda algum combustível. Os proprietários de transportes públicos, motorizadas e táxis, tiveram que suspender todas as deslocações, que provocaram um grande caos na região.
Numa ronda feita pela reportagem da DW África às bombas de combustíveis, constatou-se que algumas gasolineiras deixaram de funcionar há quase duas semanas e, até ao momento, não se sabe quando irão retomar as suas atividades.
As "nossas atividades estão paradas e é dessa forma que temos de sobreviver", lamentou Ezequiel Joaquim, automobilista de moto-táxi que não consegue continuar a exercer a sua profissão devido à falta de combustível.
"A falta de combustível está a afetar muita gente. Alguns carros aqui na praça não têm combustível", acrescentou Vitoriano Raúl. O automobilista disse que vê diariamente camiões a circular na Estrada Nacional 6 transportando combustíveis, mas desconhece o destino final do carregamento.
Solução à vista?
Alguns automobilistas são obrigados a deslocar-se aos distritos vizinhos de Vanduzi e Gondola, onde as bombas têm ainda alguma gasolina para vender.
No entanto, alguns cidadãos têm optado por ir comprar combustível a outros pontos e revendem a preços muito elevados.
O diretor dos Recursos Minerais e Energia na província de Manica reconhece o problema. "Enfrentamos ainda alguns problemas na logística da gasolina", afirmou João de Lima. "As informações que tenho indicam que esperamos receber alguns carregamentos de gasolina especificamente", acrescenta o diretor provincial dos Recursos Minerais e Energia que espera ver o problema minimizado nos próximos dias.