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Confrontos marcam véspera da segunda volta das eleições na Libéria

7 de novembro de 2011

Pelo menos quatro pessoas morreram esta segunda-feira (07.11) na capital liberiana, Monróvia, durante uma manifestação de apoiantes de Winston Tubman que protestavam contra a presidente Ellen Johnson Sirleaf.

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A oposição já se tinha manifestado na Libéria contra os resultados da primeira volta das presidenciais
A oposição já se tinha manifestado na Libéria contra os resultados da primeira volta das presidenciaisFoto: DW

A troca de tiros entre a polícia liberiana e os manifestantes poderá ter feito mais vítimas. A Aministia Internacional, segundo um despacho da agência de notícias AFP, exigiu a abertura de um inquérito para averiguar a morte de quatro opositores à candidatura da actual presidente Ellen Johnson Sirleaf, durante confrontos com a polícia, em Monróvia, os mais sangrentos durante esta segunda volta das eleições presidenciais.

De acordo com a AFP, o ex-jogador de futebol George Weah, um dos líderes do Congresso para a Mudança Democrática (CDC, oposição), disse na segunda-feira (07.11) que a repressão do protesto deixou "três ou quatro mortos e muitos feridos". Segundo Weah, a polícia apareceu e "começou a disparar contra pessoas que não estavam armadas e que só queriam paz".

Os confrontos ocorreram na véspera do segundo pleito eleitoral para a presidência do país, realizado esta terça-feira (08.11). Em clima de tensão, as forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) patrulham Monróvia em tanques militares e em helicópteros. A polícia nacional também está estacionada à volta da cidade e preparada para evitar tumultos.

O boicote de Winston Tubman significa praticamente que Ellen Johnson Sirleaf será a vencedora da segunda volta
O boicote de Winston Tubman significa praticamente que Ellen Johnson Sirleaf será a vencedora da segunda voltaFoto: AP/Montage:DW

O boicote de Tubman

Espera-se que uma das titulares do Prémio Nobel da Paz deste ano e presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf, consiga a vitória na segunda volta. A presidente da Libéria obteve quase 44% dos votos na primeira volta das eleições (11.10), e desde então conseguiu o apoio do terceiro classificado no escrutínio, o antigo líder rebelde Prince Johnson.

No entanto, o seu principal rival, Winston Tubman, o segundo mais votado, está a boicotar as eleições. Na semana passada, o ex-diplomata da ONU - que conseguiu cerca de 33% dos votos na primeira volta - anunciou que iria retirar-se da votação e pediu aos liberianos um boicote às eleições. "Apelo aos liberianos a ficarem em casa na terça-feira. Nós salvaguardamos a nossa paz e democracia que a presidente tem posto em perigo ao longo destas eleições", declarou.


Tubman alega que a contagem dos votos foi fraudulenta e acusa a Comissão Nacional de Eleições da Libéria de ser parcial. O presidente da comissão eleitoral, James Fromayah, abandonou o cargo na última semana, justificando que a sua demissão poderá remover qualquer obstáculo às eleições. A decisão, porém, não satisfez Winston Tubman. Mais de 4 mil observadores eleitorais, nacionais e internacionais, supervisionaram a primeira volta eleitoral e concluíram que esta foi justa e livre.

O boicote garante praticamente que Ellen Johnson Sirleaf será a vencedora. Mas a vitória nessas condições é já um incitamento para que a população não vote nela.

Para as eleições de 11.10, estavam inscritos cerca de 1,8 milhões de eleitores de um total de 4,1 milhões de habitantes
Para as eleições de 11.10, estavam inscritos cerca de 1,8 milhões de eleitores de um total de 4,1 milhões de habitantesFoto: DW

Últimas campanhas

Com poucas hipóteses de vencer, Tubman parou de fazer a sua campanha eleitoral. Os críticos do antigo diplomata da ONU dizem que ele é apenas "um pobre perdedor".

Já Ellen Johnson Sirleaf alargou a sua campanha durante o fim de semana. E enviou a uma mensagem aos liberianos: "Não permitam que nenhum político mantenha o nosso país aprisionado. Não permitam que Tubman falsamente apele ao boicote quando o que ele está a fazer é perder o direito à final porque ele tem medo da derrota"

A segunda volta das eleições presidenciais teve lugar esta terça-feira (08.11) como previsto.


Autoras: Bonnie Allan / Nádia Issufo / Madalena Sampaio
Edição: Renate Krieger