Corrupção em foco na visita de ministro alemão a África
23 de novembro de 2015Moçambique foi o primeiro ponto de paragem do chefe da diplomacia alemã. Frank-Walter Steinmeier viajou acompanhado de uma grande delegação de empresários, sobretudo de pequenas e médias empresas com interesses no mercado africano. Mas uma ou outra gigante alemã também se fizeram representar: é o caso da Siemens, que procura alargar o leque de negócios em Moçambique tendo em vista o potencial da exploração de gás natural.
"Com uma abordagem integrada queremos ajudar o país a dar o seu melhor", afirma Sabine Dall'Omo, dirigente da Siemens na África do Sul.
Em Kampala, foi assinado um acordo quadro entre a empresa alemã de engenharia Gauff e o Governo ugandês para a construção do novo porto de Bukasa. Demorou sete anos a negociar o acordo, agora rubricado sob o olhar atento do ministro alemão dos Negócios Estrangeiros.
O novo porto de Bukasa será o ponto de partida do Corredor Central, que ligará Kampala aos portos de Tanga e Dar es Salam, na Tanzânia. Atualmente, o Uganda, sem acesso ao mar, só pode exportar os seus produtos através do sobrecarregado Corredor do Norte para o porto de Mombaça, no Quénia. Espera-se, portanto, que Bukasa possa trazer uma nova dinâmica económica à região.
Tema central: Corrupção
Mas a Alemanha tem expetativas em relação aos seus parceiros de negócio: pede, em particular, que lutem contra a corrupção. "Em muitos dos países que nós visitámos, há muito a fazer a esse nível. Procurámos esclarecer que isso não se trata de um desejo ou de uma sugestão, mas antes de uma questão de desempenho. E aqui deve ser criado um ambiente favorável ao investimento", afirmou o chefe da diplomacia alemã.
Este foi, aliás, um dos pontos que Frank-Walter Steinmeier fez questão de sublinhar ao longo da viagem de quatro dias.
Confiança na resolução de conflitos
A região que Steinmeier visitou está a braços com uma nova crise. O Burundi vive uma onda de violência desde que o Presidente, Pierre Nkurunziza, anunciou em abril a recandidatura a um terceiro mandato, que venceu em julho. Devido à violência, muitas pessoas já fugiram para a Tanzânia e o Uganda.
Questionado sobre a posição da Alemanha para ajudar na pacificação do Burundi, Frank-Walter Steinmeier respondeu que "temos que acreditar que existe uma solução regional para o Burundi. Por isso, pensamos que a comunidade internacional deverá encontrar uma resposta; esperamos nomeadamente que a mediação e os esforços da União Africana e da Comunidade da África Oriental sejam bem sucedidos. Se possível, rapidamente."