Covid-19: Casos continuam a aumentar nos PALOP
8 de agosto de 2020Na mesma semana em que o continente africano ultrapassou a barreira do milhão de casos positivos do novo coronavírus, a maioria dos países africanos de língua portuguesa registou também um aumento de infeções.
O maior crescimento regista-se em Moçambique, onde entra, este sábado (08.08), em vigor um novo estado de emergência. O país liderado por Filipe Nyusi registou, esta sexta-feira (07.08), mais 93 casos positivos da doença, elevando o total para 2.213.
Os 93 novos casos, o maior número já registado em 24 horas, estão nas províncias de Maputo (25), Cabo Delgado (14), Nampula (07), Gaza (30) e Maputo Cidade (17).
Entretanto, este sábado, fez saber o Ministério da Saúde, há mais uma morte a lamentar, o que eleva o número total de mortos no país para 16.
Três mortes em Angola
Já em Angola, a diretora Nacional de Saúde Pública, Helga Freitas, anunciou, esta sexta-feira (07.08), mais três mortes, o que eleva o total para 67, e 55 casos de covid-19, um deles registado no Malanje, que se junta a outras 12 províncias afetadas.
"Desde 21 de março até hoje temos um cumulativo de 1.538 casos", indicou Helga Freitas. Entre os novos casos, 21 são do sexo feminino e 34 masculino e têm idades entre 4 meses e 70 anos.
Além do primeiro caso no município de Malanje, registaram-se cinco no Soyo (província do Zaire) , sendo os restantes de Luanda.
A covid-19 foi já diagnosticada em Luanda, Bengo, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Cunene, Cabinda, Benguela, Huíla, Uíje, Lunda Norte, Moxico, Zaire e Malanje.
São Tomé e Príncipe sem novos casos
Boas notícias chegam de São Tome e Príncipe, onde não foram registados, nas últimas 48 horas, novos casos de infeção. O número acumulado de pessoas mantém-se assim nos 878. Destas 799 estão recuperadas. O país tem a lamentar 15 mortos.
Na Guiné-Bissau, e de acordo com os últimos dados disponíveis pelas autoridades sanitárias, o número de infetados está agora nos 2.032. O país regista ainda 27 mortos.
Reforço de medidas em Cabo Verde
À semelhança de Angola, o novo coronavírus foi também responsável em Cabo Verde por mais três mortes, o maior número registado num dia no país, e que eleva o total para os 30 óbitos. Cabo Verde registou também, esta sexta-feira (07.08), mais mais 48 novos casos de infeção, aumentando o total acumulado para 2.782 infeções desde 19 de março. Destes, 2.042 já tiveram alta hospitalar e dois doentes foram transferidos para os seus países.
Esta sexta-feira (07.08), e com vista a evitar a propagação do vírus, o ministro cabo verdiano da Administração Interna, Paulo Rocha, anunciou novas medidas para as ilhas de Santiago e do Sal, que entram em vigor na segunda-feira (10.08).
"O uso de máscaras faciais passa a ser obrigatório para todas as pessoas que circulem ou permaneçam em espaços e locais públicos, abertos ou fechados, incluindo a via pública, independentemente do tipo de atividade que estejam a realizar", anunciou o governante, que avisou ainda que a desobediência da norma implica sanções, com destaque para determinados setores de atividades vulneráveis à propagação do vírus, como os transportes e o comércio.
As sanções podem ir desde o encerramento do estabelecimento ao cancelamento de licença, cuja reabertura ficará sempre dependente de um certificado de conformidade sanitária.
Nas declarações à imprensa, o ministro afirmou que o Governo decidiu pela prorrogação do estado de calamidade nessas duas ilhas com casos ativos e com transmissão local da doença, mantendo encerradas algumas instalações e proibindo algumas atividades.
Assim, ficam encerradas e proibidas as atividades recreativas, desportivas, de lazer e de diversão, realizadas em estabelecimentos e espaços de diversão, nomeadamente discotecas e salões de dança e locais onde se realizam festas, bem como as atividades culturais, desportivas e de lazer que implicam aglomeração de pessoas.
Também as atividades em ginásios, academias de artes marciais e de ginástica e a atividade balnear na ilha de Santiago ficam proibidas.
Além disso, o Governo cabo-verdiano tomou outras medidas nessas duas ilhas, e para vigorar nos próximos 21 dias, como o encerramento temporário dos estabelecimentos de consumo de bebidas alcoólicas.