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Dois terços dos doentes com "insuficiência respiratória"

Lusa
14 de janeiro de 2021

Moçambique conheceu nos últimos dias um aumento exponencial de novos casos de Covid-19 e do número de óbitos. A Assistência Médica de Moçambique relembra a necessidade de reforçar as medidas de prevenção.

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Foto: DW/L. da Conceição

O Diretor-Nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene Isse, disse esta quinta-feira, (14.01), em Maputo, que 68% de doentes de Covid-19 no país chegam aos hospitais com "grave insuficiência respiratória" e precisam, no mínimo, de 10 dias de tratamento.

Ussene Isse
Diretor-Nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene IsseFoto: DW/D. Anacleto

Ussene Isse mencionou o número para ilustrar a gravidade da pandemia de Covid-19 em Moçambique, país que nos últimos dias tem conhecido um aumento exponencial de novas infeções e do número de óbitos.

"Sessenta e oito por cento dos doentes que chegam aos nossos serviços [de saúde] têm uma grave insuficiência respiratória, o que significa que não pode voltar para casa, tem de ser internado", declarou Isse.

O estado em que os doentes infetados com o novo coronavírus chegam aos hospitais exige um tratamento que dura, no mínimo, 10 dias, e impõe o recurso a ventilação ou oxigénio, acrescentou.

Mais rigidez nas medidas

O Diretor-Nacional de Assistência Médica de Moçambique enfatizou a necessidade do reforço das medidas de prevenção contra a Covid-19, exortando os profissionais de saúde a seguir rigorosamente os protocolos sanitários para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

Filipe Nyusi, Präsident von Mosambik
Filipe Nyusi anunciou na quarta-feira um agravamento das restrições no paísFoto: DW

"Estamos na linha da frente no combate à Covid-19: é importante termos rigidez nas medidas de prevenção, não podemos vacilar, porque a situação não está fácil, temos de olhar com muita atenção para a nossa situação para podermos cuidar da saúde dos outros", enfatizou Ussene Isse.

O apelo surge depois de outro lançado na quarta-feira, (13.01), pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

"A qualquer momento alguém doente pode não ter onde ser internado", porque até os serviços privados estão a ficar saturados, referiu. Segundo o boletim do Ministério da Saúde de quarta-feira, há 140 doentes nos centros de internamento de Covid-19 e noutras unidades hospitalares, sendo que 79,3% destes pacientes encontram-se em Maputo.

Uma fatia de 19% dos óbitos registados em Moçambique desde o início da pandemia, aconteceu já em 2021 e, de todas as mortes, 81% foi registado na área metropolitana de Maputo, acrescentou ainda o PR.

O Presidente moçambicano anunciou assim um agravamento de restrições a partir de sexta-feira e durante 21 dias, encurtando horários do comércio e restauração, fechando alguns estabelecimentos e espaços culturais e interditando praias, entre outras medidas.

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